A Capitania dos Portos do Maranhão abriu inquérito e acionou as polícias Federal e Militar e até a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para descobrir a origem e propriedade de um navio que apareceu sem tripulantes na praia de Cedral, no litoral do Estado, na última segunda-feira (27).
"É o mesmo que encontrar um carro na estrada com chassis raspado e sem placa", conta o capitão dos Portos do Maranhão, André Trindade.
Segundo ele, o "navio-fantasma" foi encontrado em uma praia a cerca de 10 km da sede o município de Cedral por pescadores, que acionaram a Capitania dos Portos.
O navio com cerca de 20 metros está encalhado em uma praia deserta e chamou a atenção de curiosos. Na embarcação havia vários objetos, como motores e mantimentos, que foram roubados por moradores antes da chegada das autoridades. Documentos de pelo menos duas pessoas, com origem chinesa, foram achados dentro do navio e levados pela polícia para averiguação.
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Segundo o capitão Trindade, a investigação agora tem como objetivo descobrir algum dado que possa indicar quem são as pessoas da tripulação para descobrir o porquê de a embarcação ter ido parar em uma praia deserta do Maranhão.
"Nossa equipe foi lá na terça (28) e constatou a existência de um barco pesqueiro com alguns pertences, mas em estado muito avançado de deterioração. Pegamos a inscrição e verificamos, mas não há registro nos sistemas de controle da Marinha. O proprietário não pode ser localizado por conta disso", afirmou.
Segundo a Marinha, o navio foi trazido a São Luís. A polícia, porém, deve fazer um pente fino para saber se não há material ilícito escondido. Até o momento, não foram encontradas drogas.
Procurada pelo UOL, a superintendência da PF no Maranhão informou –pela assessoria de imprensa– que não comenta investigações em andamento e apenas se pronunciará ao fim da investigação.
Enquanto isso, o caso é tomado por mistério. "Nunca vi um caso assim. Aqui no Maranhão nunca teve. Já vimos embarcações abandonadas, mas não com pertences dentro", conta o capitão Trindade.
"Só existem duas possibilidades: ou a tripulação foi retirada ou ou saiu por quis. Se foi porque quis, pode ser fazendo algo ilegal, aí tem um problema e abandona para evitar punição. A outra possibilidade é a ação de outras pessoas, aí é investigação policial quem vai dizer", completou.