Por Isabel Raynolds – texto da Bloomberg
Tradução, adaptação e edição – Nicholle Murmel
As Forças de Autodefesa do Japão assumiram o na última quarta-feira (25) o controle do maior navio de guerra do país desde a Segunda Guerra Mundial, reforçando a empreitada do primeiro ministro, Shinzo Abe, de fortalecer militarmente a nação.
O Izumo é um porta-helicópteros com 19.500 toneladas de deslocamento, e deve incrementar a capacidade das FAD contra submarinos, segundo declaração do ministro da Defesa japonês, Gen Nakatani a repórteres após inspecionar o navio no estaleiro da Japan Marine United Corp. Na cidade de Yokohama. A embarcação de 248 metros de comprimento pode transportar até 470 tripulantes e nove helicópteros.
Desde que assumiu o governo em 2012, Abe vem revertendo os dez anos de queda nos investimentos do Japão em defesa, além de suspender a proibição da exportação de armamentos e do esforço para reinterpretar a Constituição pacifista, para que o país possa se defender de outras nações. Esse impulso, além das provocações e postura agressiva da China em torno de questões territoriais, tornam ainda mais tensas as relações entre as duas maiores economias da Ásia.
“Assim como a capacidade de rastrear submarinos, [o navio] também será capaz de lidar com esse tipo de ameaça em uma área mais ampla, já que é equipado com vários helicópteros”, declarou Nakatani, acrescentando que não se referia a nenhum país específico ao falar de ameaças.
Em maio de 2013, o Japão alegou ter detectado submarinos navegando sob as águas próximas das prefeituras de Okinawa e Kagoshima. O governo atualmente busca endurecer as medidas legais que Tóquio pode tomar de acordo com sua Costituição em caso de incidente ou situação “cinzenta” que não chegue a representar um ataque armado à nação.
Uma segunda unidade com o mesmo tamanho e especificações do Izumo tem entrada em serviço prevista para 2018.
Os navios poderão transportar também aeronaves V-22 Osprey, que podem decolar e pousar verticalmente como helicópteros, e percorrem distâncias mais longas como uma aeronave de asa fixa, o que dará às embarcações algumas das capacidades de um porta-aviões de pequeno porte.
O ministro Nakatani frisou ainda o papel do Izumo no auxílio em caso de desastre, missões humanitárias e de manutenção da paz “A China tem porta-aviões”, disse, “o Izumo não é projetado para transportar aeronaves de asa fixa”, acrescentou enfatizando ainda que as FDA não pretendem operar a embarcação como um navio-aeródromo.