Marinha recebeu, na última quarta (17), quatro novas viaturas deste modelo
Por Capitão-Tenente (T) Fabrício Costa e Segundo-Tenente (RM2-T) Jéferson Cristiano
Nem mesmo um pneu perfurado é capaz de parar as novas viaturas adquiridas pela Marinha do Brasil (MB) para equipar o seu Corpo de Fuzileiros Navais. Ainda que atingidas, elas conseguem continuar se deslocando por mais 50 quilômetros em média, à velocidade máxima de 48 km/h. Isso tudo sem perder o poder de fogo, alimentado por metralhadoras de 12,7mm e 7,62mm e lançador automático de granadas de 40mm.
O último lote com quatro destes veículos, do total de 12 adquiridos do governo norte-americano pela MB como parte do programa estratégico PROADSUMUS, foram entregues na quarta-feira (17). As viaturas blindadas leves sobre rodas, conhecidas como JLTV (da sigla em inglês), potencializam as capacidades anfíbias e expedicionárias dos militares, facilitando a interiorização das tropas, sem colocar em risco a integridade do pessoal embarcado.
O modelo irá reforçar o poder militar naval em operações de guerra, missões de paz, ações humanitárias e em apoio às ações do Estado. Algumas das primeiras unidades, recebidas em 2023, já foram empregadas, por exemplo, na mais recente Garantia da Lei e da Ordem, nos portos do Rio de Janeiro (RJ), de Itaguaí (RJ) e de Santos (SP). Elas contribuíram para o sucesso da operação urbana, batizada de “Lais de Guia” no âmbito da Marinha.
Segundo o Comandante do Material de Fuzileiros Navais, Vice-Almirante (Fuzileiro Naval) Rogério Ramos Lage, a chegada desse último lote “incrementa significativamente a proteção blindada, a mobilidade e a ação de choque dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais, particularmente aqueles que possuem esses meios na sua composição”.
Histórico
O JLTV é um projeto dirigido pelo Exército e pelos Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, que o conceberam para substituir os high mobility multipurpose wheeled vehicles (HMMWV). A decisão foi baseada na necessidade de se adaptar às condições do combate moderno e ao bom desempenho do novo modelo nos conflitos do Iraque e do Afeganistão, onde resistiram a contra-ataques insurgentes, como dispositivos explosivos à beira da estrada.
Além das vantagens já mencionadas, os blindados podem ser empregados para infiltrar militares de operações especiais em território hostil, transportar armamentos das Companhias de Apoio de Fogo dos Batalhões de Infantaria de Fuzileiros Navais, reconhecer zonas e eixos de ação, realizar patrulhas, estabelecer pontos de observação, executar ações de vigilância, ampliar as comunicações e escoltar comboios.
Fonte: Agência Marinha de Notícias