Por Alexandre Beraldi
A IMBEL dentro de seu novo foco no mercado interno, apresentou sua nova linha de fuzis de assalto IA2 nos calibres 5,56x45mm OTAN e 7,62x51mm OTAN, ainda em processo de homologação, mas com mais de 50 unidades das diversas versões produzidas e em testes operacionais por unidades militares, destina-se a substituir o FAL M964 e o Para-FAL M964A1, bem como os fuzis MD97L e MD97LM, havendo também uma versão carabina destinada a substituir a carabina MD97LC.
Mecanicamente ambas as versões se espelham em seus antecessores, com o modelo no calibre 7,62x51mm OTAN utilizando o sistema de ferrolho basculante e molas recuperadoras eternizado pelo Para-FAL M964A1, porém com uma caixa de culatra em aço e uma armação que abriga o conjunto de disparo e serve de suporte para montagem da coronha rebatível feita em alumínio. Já o modelo 5,56x45mm apresenta o mesmo mecanismo de ferrolho rotativo com curso longo empregado no MD97L, possuindo caixa de culatra e alojamento do conjunto de disparo em alumínio, idênticos ao do fuzil de assalto anteriormente produzido pela IMBEL.
O guarda-mão em polímero e equipado com trilhos Picatinny de ambas as versões apresenta uma continuidade de plano com a tampa da caixa de culatra, também feita em polímero e equipada com o mesmo sistema de acoplagem de acessórios, o que facilita a montagem e alinhamento de diversos dispositivos óticos, tais como miras de ponto vermelho e lunetas para ampliação de imagem compatíveis com estas miras, como o conjunto Aimpoint Comp M2 com luneta Aimpoint 3X mostrado numa das armas presentes no estande, visores de ampliação de luz residual para uso em conjunto com lunetas de tiro, tais como o AN/PVS-22 e outros similares.
A empunhadura em polímero, bem mais ergonômica que aquela presente nas armas anteriormente produzidas, permite um posicionamento mais confortável da mão nas posições de pé, ajoelhado e deitado, além de possuir um guarda-mato em polímero integrado à peça, evitando as superfícies de contato em metal do modelo anterior, que causava certos ferimentos no manuseio rústico, além de ser desconfortável no frio.
A coronha rebatível possui uma cobertura em polímero que evita o contato da pele do rosto do atirador com superfícies metálicas, o que é especialmente útil em na operação em temperaturas extremas, sendo que ela emprega o mesmo sistema de rebatimento daquela presente no Para-FAL, permitindo que seja dobrada sem que seja pressionado nenhum botão, porém, como forma de manter a coronha na posição rebatida em segurança, há um sistema de encaixe solidarizando o topo da coronha com o defletor de cartuchos.
O sistema de miras é mais rústico, mais prático e de melhor regulagem que o presente no FAL, similar ao produzido pela DS Arms para o Para-Congo, com regulagem de alcance em duas posições e regulagem horizontal manual, sem necessidade do emprego de chaves de fenda ou outras ferramentas. Ainda similar aos produtos atualmente produzidos pela DS Arms há o seletor de tiro, alongado e de muito mais fácil manuseio.
Em resumo é uma arma que mantém as características técnico-mecânicas de seus antecessores, com versatilidade aumentada em razão da nova configuração ergonômica e do desenho incorporando certa modularidade. Há a possibilidade de que venha a ser a nova arma de dotação padrão do Exército Brasileiro, porém algumas novidades inesperadas podem surgir nesta área.