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Frota de submarinos nuclear da Rússia: paridade e estabilidade

Ilya Kharlamov


A marinha de guerra russa recebeu no dia 10 de janeiro o novo submarino nuclear Yuri Dolgoruki. Este projeto, que esteve congelado durante muito tempo, passou com sucesso nos testes governamentais.

O novo submarino irá reforçar a proteção das fronteiras marítimas da Rússia e será um dos pontos de partida para a realização do programa de rearmamento das Forças Armadas.

O submarino cruzador porta-mísseis Yuri Dolgoruki foi construído pelo projeto 955 Borei. O navio teve o seu batimento de quilha ainda em 1996 nos estaleiros da Sevmash (Associação Industrial Empresa de Construção de Máquinas do Norte) em Severodvinsk.

Desde então, o submarino nuclear estratégico foi alvo de várias remodelações e, no fim de dezembro de 2012, foi entregue para entrar em serviço.

Na construção dos submarinos da classe Borei (há mais três submarinos em fase de conclusão: o Alexander Nevski, o Vladimir Monomakh e o Kniaz Vladimir) foram utilizadas tecnologias de ponta do complexo militar industrial russo. Nomeadamente, os novos sistemas de radioeletrônica e os indicadores de redução de ruído de concepção original.

O armamento principal deste submarino nuclear é o moderno sistema de mísseis Bulava. Cada submarino desta classe poderá transportar 16 desses mísseis balísticos intercontinentais com um alcance superior a 8 mil quilômetros e equipados com ogivas múltiplas de orientação independente.

A instalação do novo sistema de mísseis deverá restabelecer o equilíbrio entre as componentes do triângulo nuclear russo: a aviação estratégica, a força naval nuclear e os mísseis de baseamento terrestre. O novo submarino, na opinião do perito militar russo Igor Korotchenko, irá elevar o poder de ataque do componente naval (Marinha) para um novo patamar:

“Os submarinos nucleares classe Borei estão equipados com novos sistemas tecnológicos que permitem monitorar a situação subaquática, classificar e, se possível, atacar diferentes tipos de alvos.

Na fase de construção, foram usados os equipamentos mais modernos da indústria russa na área dos sistemas de informação e controle de combate e dos sistemas de controle de armamento. Foram projetados de forma dedicada os sistemas de manutenção e suporte do funcionamento do submarino porta-mísseis. A transição para uma nova geração de submarinos tem para a Rússia uma grande importância porque a frota submarina estratégica está envelhecida.”

A entrada em serviço do novo submarino do projeto 955 é um acontecimento chave, concorda o diretor do Centro de Conjunta Estratégica Ivan Konovalov:

“Não temos submarinos mais modernos que estes, eles serão o futuro da nossa força de submarinos. Os submarinos atuais já estão obsoletos e terão de começar a ser retirados de serviço. O projeto continuará a ser desenvolvido e os navios seguintes entrarão em serviço muito mais rápido do que aconteceu com o Yuri Dolgoruki.”

Nos próximos anos serão construídos oito submarinos do projeto Borei. O custo de cada um será de cerca de 700 milhões de dólares. A importância da entrega dos novos navios à Marinha de Guerra, dizem os peritos, se deve ainda ao fato de, num período de uma reforma radical das Forças Armadas, eles servirem de fator de garantia da segurança do país.

O diretor do Centro de Análise de estratégias e Tecnologias Ruslan Pukhov salienta que é precisamente a componente naval do triângulo nuclear (os mísseis terrestres são mais vulneráveis) e a existência de uma frota nuclear russa em geral que garantem o equilíbrio e a estabilidade no mundo.

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