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Fragata “Liberal” participa de exercícios conjuntos com mais 16 navios na Operação “Unitas”

Militares da Marinha do Brasil e de mais 23 países integram exercícios navais no Chile

Por Capitão-Tenente (RM2-T) Luciana Almeida

Mais de 260 militares da Marinha do Brasil (MB), a bordo da Fragata “Liberal”, com aeronave AH-11B “Super Lynx” embarcada, estão realizando diversos exercícios navais em águas jurisdicionais chilenas, na fase marítima, desde a última quinta-feira (5), durante a Operação “Unitas LXV”. A primeira fase foi a de porto, em que os participantes realizaram reuniões em que foram apresentados o cronograma das atividades planejadas, a especificação dos exercícios, detalhes logísticos, entre outros.

Na fase de mar, foram conduzidos exercícios de ações de superfície, antissubmarinos e antiaéreo; manobras táticas e formaturas entre navios, além de exercícios de tiro de apoio de fogo naval, e de tiro sobre alvo de superfície à deriva. Após essa fase, começou a ser realizado um exercício de confronto de forças (freeplay), onde os navios estão divididos em dois grupos que se enfrentam conforme o cenário planejado.

Um dos primeiros exercícios entre os participantes foi o Fotex, em que 17 navios de diferentes nacionalidades navegaram próximos, divididos em quatro colunas, realizando diferentes formaturas por quase quatro horas.

“Esse tipo de navegação tão próxima mostrou que todos os navios têm um alto nível de adestramento, além de tripulações preparadas para operar dessa forma. Por serem navios diferentes e de diversos países, foi preciso reforçar o treinamento, e relembrar os procedimentos de segurança para que tudo ocorresse com tranquilidade”, afirmou o Comandante do Grupo-Tarefa (GT) brasileiro da Operação, o Capitão de Fragata Rogerio Diniz.

O Capitão de Fragata Rogerio, que também é o Comandante da Fragata “Liberal”, explicou que a dinâmica dessas formaturas requer profissionalismo, experiência e segurança. “Esse tipo de navegação exige que as tripulações saibam como agir caso ocorra alguma avaria operacional, um ´fora de leme’ (perder a direção do navio), um ´fora de giro’(o navio perder sua capacidade de manter o rumo conforme planejado), ou algum problema com a máquina (motores e sistemas que geram a potência necessária para movimentar o navio e operar seus equipamentos)”, detalhou.

Outros exercícios

A Fragata “Liberal”, da Marinha do Brasil; o Contratorpedeiro “Sarandi”, da Armada da Argentina; a Fragata “Almirante Linch”, da Armada do Chile; além de um helicóptero com capacidade antissubmarino e uma aeronave de asa fixa com capacidade de lançar sonoboias (equipamento flutuante eletrônico que capta sinais acústicos de submarinos que,  são transmitidos por ondas de rádio para aeronave) participaram de um exercício antissubmarino.

Nessa simulação, o figurativo inimigo era um submarino de propulsão nuclear (USS Hampton, dos EUA).“Exercícios como esse oferecem uma oportunidade singular para o adestramento da nossa tripulação contra uma ameaça dessa natureza”, disse o Chefe de Operações Navais do GT brasileiro, Capitão de Corveta André Luiz Brabo.

Outro importante exercício realizado foi o de trânsito com ameaça submarino (USS Hampton e SS Carrera, do Chile) em que a Fragata “Liberal” teve a função de proteger o corpo principal (unidade de maior valor).

Já no exercício sobre alvo de superfície à deriva, os navios utilizaram seus sistemas de armas contra um alvo de superfície simulado. O propósito foi promover o máximo grau de rápida reação e letalidade, observando o cumprimento das instruções de segurança, desde a detecção do alvo até o emprego dos armamentos. Outro exercício foi o de tiro de apoio de fogo naval. Neste adestramento, é empregada a bateria principal do navio, que no caso da Fragata “Liberal” é o canhão de 4,5 polegadas, que permite ao navio atacar um alvo em apoio a tropas em terra.

“Os exercícios realizados foram eficazes para demonstrar nossa capacidade de resposta e precisão. Esses treinamentos são essenciais para garantir que estamos sempre preparados para enfrentar qualquer desafio”, pontuou o Comandante Rogerio.

Cooperação internacional

Desde 1960, a “Unitas” é o exercício marítimo multinacional mais antigo organizado pelos Estados Unidos da América (EUA) e, nesta edição, tem o Chile como país-sede. Os principais objetivos da operação são incrementar a interoperabilidade das Marinhas por meio da condução de operações navais, aeronavais e de fuzileiros navais, além de fortalecer relações diplomáticas e estreitar os laços de cooperação entre os países participantes.

A Operação contempla a formação de uma Força Naval multinacional entre as Marinhas do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Equador, EUA, Reino Unido e Peru, para operar em apoio mútuo. Outros países também participam da Operação.

Autoridades do Chile e dos Estados Unidos a bordo da Fragata “Liberal”

No dia em que foi celebrado o “Dia da Independência do Brasil”, 7 de setembro, em que também foram realizados exercícios de tiro de superfície sobre alvo à deriva, a Fragata “Liberal” recebeu o Comandante em Chefe da Esquadra da Armada do Chile, o Contra-Almirante Maurício Arenas Menares, e o Comandante da Quarta Esquadra da Marinha dos Estados Unidos da América (EUA), o Contra-Almirante Carlos Sardiello. 

“Os Almirantes do Chile e dos EUA estiveram com a nossa tripulação durante a execução do exercício de tiro de superfície sobre alvo à deriva, em um dia especialmente importante para todos nós brasileiros. É uma honra ter ao nosso lado autoridades de Marinhas amigas, que compartilham dos mesmos objetivos de desenvolver, cada vez mais, a segurança marítima na região”, afirmou o Comandante Rogerio. 

Afirmação similar foi feita pelo Almirante chileno. “Estou contente de estar a bordo da Fragata ‘Liberal’, e celebrar o Dia da Independência do Brasil. Quero reconhecer o trabalho profissional que o Brasil está realizando na Operação Unitas de 2024, na costa do Chile. Muitas felicidades, parabéns!”, disse.

Por sua vez, o Almirante estadunidense destacou o profissionalismo da Marinha do Brasil e também parabenizou o país pela data. “É um privilégio estar a bordo deste navio enquanto fazemos exercícios no Pacífico, onde vários países vieram com um propósito único, que é incrementar nossa interoperabilidade. Estou grato pela oportunidade e orgulhoso da contribuição do Brasil na cooperação da paz e segurança da região. Aproveito para parabenizá-los pelo Dia da Independência do Brasil”, destacou.



Foto de Capa: Armada do Chile





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