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Estação terá 19 laboratórios

Mona Lisa Dourado
Jornal do Commercio 

Com área total em torno de 4.500 m² no edifício principal, além de 500 m² nas unidades isoladas, a nova estação antártica brasileira será organizada em três blocos interligados, com toda a estrutura necessária ao conforto dos 64 ocupantes que será capaz de abrigar simultaneamente. Isso inclui áreas de convívio com sala de vídeo/auditório, lan house e biblioteca. Mas o principal ganho em relação à estrutura anterior diz respeito aos laboratórios, cujo número subirá de cinco para 19. 
Explica-se: a pesquisa científica é a principal razão para a presença do Brasil na Antártida, uma vez que garante ao País soberania para participar das decisões futuras sobre o continente detentor das maiores reservas mundiais de água, gelo, gás e quase 200 tipos de minérios. 
 
O tempo de vida útil previsto para as novas instalações é de pelo menos 40 anos. Para isso, destaca o comandante Moura Neto, "o projeto buscou utilizar materiais com a máxima eficiência de manutenção e de operação, empregando, nas estruturas, um aço de alta resistência à corrosão". 
 
A futura estação também incorpora conceitos inovadores de sustentabilidade. A matriz energética contempla o uso de energias a partir de fontes renováveis (fotovoltaica e eólica), a cogeração, que proporciona o aproveitamento de mais de 70% da energia térmica proveniente do combustível utilizado, e o gerenciamento inteligente dos sistemas. Para minimizar os impactos ambientais, a gestão de água e esgoto será feita por sistemas de reaproveitamento.
 
No que se refere à prevenção de incêndios, como o que destruiu 70% da estação antiga e matou um militar em 2011, "foram adotados os princípios básicos da setorização e do isolamento de riscos", diz o comandante da Marinha, Julio Soares de Moura Neto. A estação será equipada com barreiras corta fogo, anticâmaras de emergência e paredes pré-fabricadas em concreto celular capazes de resistir às labaredas por seis horas.
 
OPERANTAR 
 
Para assegurar a continuidade dos estudos enquanto a nova base é reconstruída, os cientistas dispõem de módulos provisórios e o apoio dos navios Almirante Maximiano e Ary Rongel. Ambos partiram no último dia 6 do porto do Rio de Janeiro com destino à Antártida, dando início à 32ª Operação Antártica, que ainda conta com 10 voos de aeronaves C-130 (Hércules) da Força Aérea Brasileira (FAB). 
 
A atual edição da Operantar apoiará 24 projetos científicos, incluindo investigações sobre os impactos das mudanças climáticas na Antártida em âmbito global e estudos sobre a biodiversidade, oceanografia, geologia e glaciologia. A maioria com implicações diretas sobre a vida em todas as regiões do País. A operação envolve cerca de 300 pessoas, que, à luz da ciência, tratarão de marcar o território do Brasil no continente gelado. 

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