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Ecovix negocia entrada de sócios


A Engevix Construções Oceânicas (Ecovix) analisa a entrada de novos sócios na empresa, que é controlada pela holding Jackson. As negociações envolvem investidores institucionais brasileiros e um grupo estrangeiro e, se forem bem-sucedidas, devem levar a um aumento do capital da Ecovix, empresa pré-operacional que tem em carteira encomendas da Petrobras e da Sete Brasil que somam US$ 6 bilhões.

No mercado, existem indicações segundo as quais um possível candidato a entrar no capital da Ecovix é a Fundação dos Economiários Federais (Funcef), terceiro maior fundo de pensão do país. A Ecovix e a Funcef fizeram parceria, em 2010, para comprar, por R$ 410 milhões, ativos de construção naval e offshore que pertenciam à WTorre. Na operação, foi criada a RG Estaleiros, na qual a Ecovix tem 75% e a Funcef, 25%. A aposta do mercado se apoia no fato de a Funcef ter participação em outros negócios com a holding Jackson, grupo de empresas que deve faturar R$ 2,6 bilhões este ano. A Funcef foi procurada, mas disse não ter porta-voz disponível para falar.

O presidente da Ecovix, Gerson Almada, disse que a eventual entrada de novos sócios se insere na estratégia de crescimento e de diluição de riscos da empresa. O crescimento da Ecovix poderá levá-la a buscar novas áreas para estaleiros no país. O plano da Ecovix prevê investimentos de R$ 1 bilhão até 2014, dos quais R$ 350 milhões foram gastos e R$ 600 milhões estão comprometidos com equipamentos e obras de expansão em um complexo de estaleiros em Rio Grande (RS), que integra os ativos comprados da WTorre. Do investimento, 30% correspondem a recursos próprios e 70% a financiamentos. Os financiamentos devem ser fechados com Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

A Ecovix fechou o negócio com a WTorre há dois anos, mas terá a propriedade dos ativos a partir de 2018. Até lá a área está alugada pela Petrobras, que fez contrato de comodato (direito de uso) com a Ecovix. Almada disse que fez o negócio dessa maneira porque havia muitos investimentos a serem feitos no estaleiro. O projeto mais avançado é o do Estaleiro Rio Grande (ERG1), onde foi construído um dique seco de 360 metros de comprimento por 160 metros de largura.

No local, a Ecovix vai construir os cascos de oito plataformas de produção idênticas (chamadas de replicantes) para a Petrobras, em contrato de US$ 3,5 bilhões com previsão de entrega até 2016. Para construir os cascos, o estaleiro contratou a engenharia básica com a sueca GVA e acertou consultoria com a coreana Cosco, que dá sustentação ao processo produtivo do ERG1. A construção dos oito cascos garante uma receita de cerca de R$ 600 milhões por ano à Ecovix.

"Estamos com o cronograma [de construção dos cascos] apertado, mas sob controle", disse Almada. Em junho, representante da Petrobras disse que a empresa enfrentava atrasos na entrega de árvores de natal molhadas e trabalhava com o adiamento de um ano na programação de entrega das plataformas replicantes. Procurada, a Petrobras disse que não iria se pronunciar. A Ecovix considera que está dentro do cronograma. Até agora, porém, o primeiro casco não começou a ser montado uma vez que o dique-seco está ocupado pela plataforma P-55, do consórcio Quip.

Almada disse, porém, que o estaleiro vem montando blocos (partes da plataforma) dos dois primeiros cascos fora do dique. E já começou a unir blocos para formar peças maiores. O estaleiro comprou por R$ 240 milhões um pórtico (guindaste) com capacidade de elevação de duas mil toneladas. "São iniciativas para otimizar a produção", disse o presidente da Ecovix.

Daniel Peres, vice-presidente da Ecovix, disse que a empresa está investindo em uma área vizinha ao ERG1, onde vai operar o Estaleiro Rio Grande (ERG2). Essa unidade, com duas carreiras para lançamento das sondas, deve estar pronta no fim do ano e terá capacidade de processar 8,5 mil toneladas por mês de painéis (chapas com perfis) e blocos, cerca de quatro vezes a capacidade do ERG1. Na nova área, serão construídas três sondas de perfuração para a empresa Sete Brasil. O contrato das três sondas, com projeto da Gusto, soma US$ 2,4 bilhões. A coreana Cosco também dará assessoria ao estaleiro na construção das sondas, as quais devem entrar em operação entre 2016 e 2018.

A Ecovix pretende ainda desenvolver uma área para fornecedores no ERG3, terreno próximo aos estaleiros. O local também vai abrigar oficinas de produção e o almoxarifado. Considerando as três unidades, a Ecovix tem área de 1,1 milhão de metros quadrados em Rio Grande. Almada disse que a Ecovix trabalha para desenvolver a cadeia de fornecedores. Ele vê os estaleiros de Rio Grande atuando em reparos e manutenções após o término das encomendas em curso. Mas também haverá novas oportunidades de construção de plataformas e de sondas, prevê Almada.

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