Evento acontece nesta quarta (8), com inscrição gratuita e transmissão on-line ao vivo
Em um cenário digital desafiador, que continua a evoluir a um ritmo sem precedentes, a Conferência Hemisférica de Defesa Cibernética 2023, que a Junta Interamericana de Defesa (JID) realiza nesta quarta-feira (8), promete trazer importante contribuição para o setor, a partir da exploração de estratégias inovadoras e do intercâmbio de conhecimento.
Esta edição, que acontece na sede da JID em Washington, nos Estados Unidos, com transmissão on-line ao vivo, terá como tema: “Fortalecendo os escudos cibernéticos: rumo à cooperação hemisférica em defesa digital”. O objetivo é promover o desenvolvimento, as oportunidades e a cooperação no âmbito da segurança cibernética na região.
Na entrevista a seguir, o Chefe da Divisão de Serviços Técnicos da Junta Interamericana de Defesa, Capitão de Mar e Guerra Luciano Moraes de Oliveira, da Marinha do Brasil, conta à Agência Marinha de Notícias (AgMN) os detalhes dessa e de outras ações da JID, como entidade da Organização dos Estados Americanos (OEA), para alavancar o setor.
AgMN: Quais são os objetivos desta edição 2023 da Conferência Hemisférica de Defesa Cibernética?
A Conferência é parte do Programa de Defesa Cibernética da JID, basicamente sustentado por três pilares: rede de contatos, construção de capacidades e conferências. Este último, no qual o próximo evento está inserido, tem por objetivo geral compartilhar novas soluções, boas práticas e informações acerca do que está ocorrendo, atualmente, no mundo na área da defesa cibernética.
Como objetivo particular, a Conferência trabalha para fomentar a cooperação hemisférica e desenvolver alternativas para a criação de um futuro marco de cooperação em defesa cibernética, possibilitando aos Estados Membros do sistema OEA/JID, a construção de capacidades no setor e o compartilhamento de boas práticas e lições aprendidas.
Estimulo a todos para não perderem a valiosa oportunidade de acompanhar a nossa Conferência, adquirindo novos conhecimentos nessa dinâmica área do conhecimento, que evolui tão rapidamente.
Aproveito a oportunidade e convido também para acessarem o site da JID e conheçam o programa de Defesa Cibernética e as demais atividades conduzidas pelos dedicados militares que aqui trabalham. Sei que a divulgação de todo esse trabalho pode contribuir, decisivamente, para o fomento da confiança e da segurança no nosso hemisfério.
AgMN: Quais serão os principais participantes da Conferência?
A agenda trará temas importantes relacionados à cooperação hemisférica, objetivo particular da nossa Conferência. Além da abertura, que será realizada pelo Diretor da Secretaria-Geral da JID, Brigadeiro da Força Aérea Brasileira Flávio Luiz de Oliveira Pinto, o evento contará com a participação do Chefe do Centro de Defesa Cibernética do Brasil; General do Exército Brasileiro Luís Carlos Soares de Sousa; do Chefe do Estado-Maior de Operações das Forças Cibernéticas Canadenses; Coronel David Blanc; da Chefe do Departamento de Legislação do Centro Cooperativo de Excelência em Defesa Cibernética da OTAN (CCDCOE), Doutora Agnes Kasper; da Gerente do Programa de Segurança Cibernética do Comitê Interamericano contra o Terrorismo da OEA, Kerry-Ann Barret; além de Alejandro Botter, da Check Point, de Wade Lance, da SYNACK, e de representantes de empresas do setor de segurança e defesa cibernética. Como Assessor de Defesa Cibernética da JID, também conduzirei um painel durante o evento.
AgMN: De que forma a Junta Interamericana de Defesa pode contribuir para o debate e o avanço de uma área tão importante na atual agenda global? Qual a importância do trabalho colaborativo entre as Forças de Defesa e Segurança dos países do hemisfério?
Este é uma pergunta fundamental. O espaço cibernético não possui fronteiras definidas; pode ser livremente utilizado por agentes de ameaças diversos, sem que estes sejam descobertos e sem que, na maior parte das vezes, se possa atribuir a autoria dos ataques.
As armas cibernéticas evoluem muito mais rápido do que as defesas capazes de contrapô-las. Essas características citadas, dentre diversas outras, fazem do espaço cibernético um ambiente onde a cooperação – não somente entre os diversos setores críticos de um Estado e as entidades que os operam (governo, empresas e academia), mas entre Estados soberanos, seja primordial, a fim de fomentar a segurança e a confiança mútua em nossa região.
Em todos os eventos e capacitações dos quais participei, desde que cheguei à JID, essa palavra foi, sem dúvida, a mais ouvida. O marco de cooperação que pretendemos fomentar entre os Estados Membros da JID é voltado para a construção de capacidades e o compartilhamento de informações, com a finalidade de alavancar a maturidade cibernética dos Estados e fomentar a segurança e a confiança hemisféricas.
AgMN: A Junta Interamericana de Defesa tem desenvolvido diversas parcerias relevantes nesse campo. Pode destacar algumas?
A seção de Defesa Cibernética busca participar dos diversos eventos e capacitações que ocorrem na região da sede da JID, assim como dos eventos realizados pelos Estados Membros, para os quais somos normalmente convidados. Desta forma, podemos ficar atualizados com boas práticas, conhecer novos produtos e soluções e, principalmente, aumentar nossa rede de contatos, um dos pilares do Programa de Defesa Cibernética da JID.
A partir de nossa rede de contatos, podemos realizar parcerias para a oferta de cursos e treinamentos e para que instituições e empresas nos brindem com palestrantes e informações importantes, a fim de que a JID opere como um grande ente facilitador, capaz de colocar lado a lado aqueles que demandam e aqueles que podem fornecer as soluções que se deseja, no campo da segurança e da defesa cibernética.
Conferência Hemisférica de Defesa Cibernética 2023
Data: 8 de novembro
Horário: 9h às 13h (horário de Washington)
Informações e inscrições: ciberdefensa.jid.org
Fonte: Agência Marinha de Notícias