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Confirmado: submarino russo classe Borei realiza teste de fogo com mísseis balísticos Bulava

Por Franz-Stefan Gady – Texto do The Diplomat
Tradução, adaptação e edição – Nicholle Murmel

Após atrasos seguidos, o submarino da classe Borei (Projeto 955) – quarta geração de navios nucleares – Vladimir Monomakh realizou com sucesso o disparo de dois mísseis balísticos Bulava (RSM-56) a partir de uma posição submersa no Mar Branco, próximo à costa noroeste da Rússia. As informações são da Russia Today.

De acordo com comunicado do Ministério da Defesa russo para a imprensa, os dois mísseis atingiram os alvos na regição de Kamchatka, no leste do país, no último dia 15:

Os disparos realizados pelo navio submerse foram realizados conforme o plano para o treinamento de combate. Os a trajetória dos dois ICBMs Bulava foi descrita normalmente. De acordo com o sistema de monitoramento, as ogivas dos mísseis chegaram ao campo de teste de Kura, em Kamchatka.

Os ICBMs Bulava, lançados a partir de submarinos, são uma variante do míssil Topol-M SS-27 baseado em terra, resultado de um dos programas de armamentos mais caros empreendidos por Moscou, e que tem como finalidade ser o ponto-chave dcomponente naval da tríade nuclear russa.

Desde 2004, o míssil foi testado 24 vezes com graus variados de êxito – os últimos quatro laçamentos, entre setembro do ano passado e novembro deste ano, aconteceram todos sem problemas.

O Bulava é projeta especificamente para desviar dos escudos anti-mísseis ocidentais. O ICBM é capaz de realizar manobras evasivas logo após o lançamento, disparar chamarizes, além de outras contramedidas para evitar interceptação. Cada míssil carrega 10 ogivas hipersônicas que podem ser manobradas individualmente – cada uma com poder de fogo entre 100 1 150 kilotons. O alcance estimado do Bulava é de 8.300 quilômetros.

Um submarine da classe Borei pode transporter entre 12 e 16 unidades do Bulava, totalizando até 160 ogivas por navio. O Vladimir Monomakh, de onde os disparos partiram no ultimo dia 15, foi comissionado à Marinha russa em dezembro do ano passado e atualmente passa por provas de mar e testes de armamentos.

Conforme eu já havia relatado, o envio do Vladimir Monomakh ao Oceano Pacífico foi adiado para 2016 por conta da extensão do período de provas de mar (algumas fontes apontam que os prazos foram prolongados, na verdade, porque fabricantes russos não conseguiram entregar o lote completo de mísseis Bulava)

Projetados pelo escritório de projetos marítimos Rubin e produzidos pela Empresa de Construção do Norte (estaleiro Sevmash), os SSBNs da classe Borei têm a função de substituir os já antigos classe Typhoon (Projeto 941) e Delta-IV (Projeto 667). Como eu já havia apontado em outro texto:

Ao todo, Moscou pretende construir oito SSBNs dessa classe (com a opção de fabricar mais dois) até 2020. O próximo submarino Borei, o Knyaz Vladimir é classificado como Projeto 055A Borei II. Essa versão poderia acomodar mais quatro tubos de mísseis – tornando o submarino capaz de transportar até 20 unidades – e está atualmente em fase de construção.

A previsão é de que quatro submarinos da classe Borei sejam integrados à Frota do Pacífico da Marinha russa nos próximos anos.
 

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