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Chineses fazem montagem-teste para reconstrução de estação brasileira na Antártica

Carolina Dantas

A construtora chinesa CEIEC, vencedora de edital para a reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz, está terminando a pré-montagem da estrutura que deverá ser levada ao continente gelado e servir de base para o novo espaço.

O transporte será feito em navio, com previsão de saída de Xangai em outubro deste ano. De acordo com a Marinha do Brasil, essa fase é um teste, já que depois o material deverá ser desmontado novamente e levado por mar.

Os contêineres e estruturas serão pintados para embarque no navio, que só deverá chegar na Antártica no final de novembro. Com a estrutura em terra, a equipe irá iniciar a montagem real daestação a partir das fundações já instaladas no local, com previsão de término para março de 2018.

Ainda vai faltar a verificação dos sistemas elétrico, hidráulico, aquecimento e ventilação para funcionamento de acordo com o projeto definitivo da base científica do Brasil no continente. Tudo deverá estar pronto em 2019.

A Marinha do Brasil informou que mantém quatro engenheiros navais fiscalizando todas as etapas na China. A empresa CEIEC recrutou mais de 200 trabalhadores, sete dias por semana. Segundo a instituição militar brasileira, o projeto não foi afetado pelos cortes nos custos nos ministérios brasileiros.

A Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, vinculada à Marinha, chegou a lançar um edital exclusivo para empresas brasileiras no projeto, mas nenhuma proposta local foi enviada. Com isso, companhias estrangeiras se candidataram para o projeto em 2014, um investimento de mais de US$ 110 milhões.

Incêndio em 2012

Em fevereiro de 2012, um incêndio destruiu a estação e provocou a morte de dois militares que trabalhavam na região. O acidente ocorreu no local onde ficam os geradores de energia da base e causou prejuízo estimado em R$ 24,6 milhões.

O Ministério Público denunciou um sargento da Marinha por homicídio culposo (sem a intenção de matar) e dano — ele foi condenado pelo Superior Tribunal Militar (STM) a dois anos de prisão em maio de 2016.

A pena deve ser cumprida em regime aberto, quando o detento trabalha durante o dia e à noite retorna ao presídio. Após o incêndio, as pesquisas brasileiras no continente passaram a ser feitas em uma base provisória da Marinha inaugurada em abril de 2013.

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