Carolina Contreras
O rebocador ATF-66 Galvarino e o quebra-gelo AP-46 Viel , da Marinha do Chile, em conjunto com o rebocador argentino ARA Suboficial Castillo , vigiarão o território antártico durante a 17ª Patrulha Antártica Naval Combinada (PANC).
“[A PANC] é um esforço sistemático conjunto em nossa área de responsabilidade comum na Antártida, estabelecido no Convênio Internacional sobre Busca e Salvamento Marítimo de 1979”, diz o Contra Almirante Felipe García Huidobro, comandante-em-chefe da III Zona Naval da Marinha do Chile.
Em 15 de novembro, as embarcações chilenas zarparam rumo à Antártida a partir de Punta Arenas, no extremo sul do Chile, enquanto o Suboficial Castillo partiu da Base Naval Austral da Marinha Argentina em Ushuaia no mesmo dia.
O objetivo dessa operação bilateral é proteger a segurança da Antártida com tarefas de resgate e salvamento marítimos, além de controlar e combater a contaminação da água em caso de acidente, como aconteceu com o barco pesqueiro chinês Kai-Xin em abril de 2013.
“Enquanto passava pelo Estreito de Bransfield, na Antártida, [o barco chinês] sofreu um incêndio a bordo e afundou três dias depois”, diz García Huidobro.
Na ocasião, a ação imediata do rebocador Lautaro impediu a contaminação da água.
“[O Lautaro ] rastreou a área em busca de restos e a dispersão mecânica de traços de hidrocarburetos”, diz García Huidobro.
A PANC foi criada em 1998, quando Chile e Argentina assinaram um acordo para realizar a operação durante o verão, em virtude do aumento do tráfego marítimo no continente gelado, tanto de operadores nacionais como estrangeiros. O movimento de delegações científicas, cruzeiros turísticos e barcos pesqueiros ou de tarefas logísticas cresceu na região da Antártida, aumentando a probabilidade de emergências.
Períodos de monitoramento conjunto
A PANC é realizada durante 120 dias e cobre mais de 15.000 milhas náuticas, nas quais 250 marinheiros mobilizados utilizam 34 bases e abrigos na Antártida.
A patrulha é dividida em quatro períodos, realizados em conjunto pelos dois países. Chamados de "Alfa", "Bravo", "Charlie" e "Delta", eles duram 30 dias cada e vão até 15 de março de 2015.
Durante cada período, os barcos do Chile e da Argentina se alternam no cumprimento de tarefas de monitoramento e resgate. O país responsável por dirigir cada etapa é chamado de “Barco de Serviço Antártico”, enquanto o outro país atua como “Barco de Apoio Antártico”, prestando assistência se necessário, ou esperando sua vez de liderar a vigilância.
O primeiro período de patrulha – Alfa – deu início a suas tarefas de monitoramento com o rebocador chileno Galvarino . Sua missão é dar apoio logístico às bases chilenas na Antártida, transportar material e pessoal, além de realizar manutenção de um importante número de sinalizações marítimas na região.
Além disso, durante a etapa Alfa, o Capitão Tenente Guillermo Zerdán, segundo-comandante do navio de guerra ARA Alférez Sobral , está servindo junto à delegação chilena como “Observador Antártico”. O objetivo é adquirir mais conhecimentos sobre navegação e estreitar os laços de camaradagem.
O primeiro período de substituição começa em 15 de dezembro, quando o rebocador argentino ARA Suboficial Castillo assume as tarefas de monitoramento.
Em cada alternância de país na liderança, as duas nações realizarão exercícios conjuntos de treinamento simulado, como procedimentos para enlace, busca e resgate, assistência medica a distância, evacuação de feridos, combate à contaminação e reboque.
“Isso nos permite incrementar a capacidade de operar de forma combinada, assim como estabelecer protocolos de ação conjunta”, afirma García Huidobro.
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