Ocorreu nesta terça-feira (08), na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro, a cerimônia inaugural do III Simpósio das Marinhas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), com a presença do Ministro da Defesa, Embaixador Celso Amorim, e do Comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto. Ao discursar, o Ministro da Defesa ressaltou que um dos resultados esperados do encontro é a apresentação de uma proposta factível para que todos cooperem mutuamente para aumentar a “segurança marítima” nas águas jurisdicionais de cada país, sem interferir nas soberanias nacionais.
O Almirante Moura Neto ressaltou que, além de aprofundar os laços e avançar nas parcerias navais, o Simpósio é uma oportunidade para os países-membros demonstrarem uma significativa integração das Marinhas e Guardas Costeiras presentes, enaltecendo seus aspectos comuns: a história, a cultura e o idioma.
Após a foto oficial do evento, iniciou-se uma entrevista coletiva com os chefes das delegações presentes no Simpósio – Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Os entrevistados responderam a perguntas sobre os projetos de cooperação a serem discutidos no encontro.
Em seguida, o Prof. Dr. Antônio Celso Alves Pereira ministrou a Conferência “Reforço na fiscalização conjunta das águas jurisdicionais”. Para o conferencista, a CPLP é um dos fóruns internacionais mais importantes para os países que a compõem devido à possibilidade de cooperação em diversos âmbitos, do desenvolvimento de projetos em diferentes campos a reuniões setoriais, como o III Simpósio das Marinhas da CPLP.
À tarde, deu-se início à apresentação das delegações presentes ao encontro, a começar pela Marinha de Guerra de Angola, que tratou do papel relevante da Marinha no desenvolvimento das economias dos países africanos e ressaltou a importância do Golfo da Guiné. Em seguida, a Guarda Costeira de Cabo Verde abordou os desafios impostos ao país devido à extensão de seu espaço marítimo e apresentou os meios dos quais dispõe para garantir a segurança marítima na região.
Dando continuidade às apresentações, a Marinha de Guerra de Moçambique tratou do impacto da pirataria e dos crimes marítimos no Oceano Índico, como o aumento dos custos de transporte de mercadorias pelo mar, esclarecendo as ações tomadas pelo país para solucionar este problema.
Posteriormente, a Marinha Portuguesa também destacou a extensão do mar português, que corresponde a 19 vezes o território nacional, e o duplo uso do mar, o militar e o não militar, além de ressaltar a importância da produção, disseminação e integração das informações para garantir o pleno uso do mar entre os países membros. Em seguida, a Guarda-Costeira de São Tomé e Príncipe apresentou a missão, a situação atual e as necessidades futuras da Força, visando o seu fortalecimento e desenvolvimento.