Por Ankit Panda – Texto do The Diplomat
Tradução, adaptação e edição – Nicholle Murmel
Em dezembro de 2014, o president russo Vladimir Putin viajou à Índia, tradicional comprador de equipamento militar russo. Em Nova Delhi, Putin se encontrou com o primeiro ministro indiano, Narendra Modi, e ambas as parter prometeram aprofundar os laços de colaborações no setor de defesa. Durante a visita, o ministro do comércio russo, Denis Manturov, deu a entender que que Moscou faria de muito bom grado o leasing de mais submarinos de propulsão nuclear: “Se a Índia decidir por mais contratos para submarinos, estamos prontos para fornecer”, disse.
A Marinha indiana atualmente opera um navio da classe Akula II, o INS Chakra, cedido em 2011 pela Rússia por um período de 10 anos. O custo do leasing é de 970 milhões de dólares, e representa uma boa parte dos gastos cumulativos da Índia em equipamentos militares russos.
Os comentários de Mantruov não eram de todo unilaterais – autoridades do Minis´terio da Defesa indiano afirmaram a jornalistas que a Marinha do país deve adquirir mais um submarino nuclear da Rússia. Após o encontro dos líderes de ambas a spartes em dezembro, informações acerca de um possível novo leasing perderam força até esta semana. O portal Russia and India Report, apontou na semana passada que um estaleiro russo teria afirmado em comunicado que “a Rússia está pronta para ceder uma segunda unidade do Projeto 971 Shchuka para a Índia por um período de 10 anos”. Ainda segundo o relatório:
O navio será adaptado pelo estaleiro Amur. O processo de modernização, testes e treinamento da tripulação indiana levará anos. O Kashalot serpa transferido para a Marinha indiana em 2018.
A unidade específica a ser transferida e o K-322 Kashalot, um submarine da classe Akula II com deslocamento de 8.140 toneladas quando em superfício, velocidade de 30 nós quando submerso e profundidade operacional máxima de 520 metros. O Kashalot requer uma tripulação de 73 pessoas e é movido por um reator nuclear de 190mW. O navio apresenta oito tubos de torpedos ao todo, com quatro baías destinadas para torpedos de 630mm e as restantes para armamento de 533mm (otimização feita para os torpedos Tipo 65 e Tipo 53 de fabricação russa).
Em outro artigo, divulgado na semana passada pela agência de notícias estatal russa TASS, “uma fonte do alto escalçao das Forças Armadas e da área de cooperação tecnológica internacional” apontou que “em janeiro deste ano, a Índia sugeriu a transferência da segunda unidade do submarino nuclear multipropósito Projeto 971 Kashalot para leasing”. A fonte acrescenta que “o lado russo está estudando a questão. O procedimento provavelmente será parecido com o de transferência do primeiro submarino, o Nerpa, para a Marinha indiana”, diz o relatório da TASS.
Além do leasing do INS Chakra, a Índia atualmente conduz provas de mar de mais um submarino nuclear – o INS Arihant de fabricação totalmente nacional. O país planeja construir mais três navios da classe Arihant. A maior diferença entre as classes Akula e Arihant é que o projeto indiano é um submarino para lançar mísseis balísticos (SSBN), constituíndo uma peça crucial de uma tríado nuclear sólida para Nova Delhi. O INS Chakra e o K-322 Kashalot são navios de ataque, projetados para combater meios de superfície, negação do mar e defesa do litora.
Os planos de aquisição de submarinos do governo indiano foram definidos em grande parte por um cronograma de 30 anos estabelecido no final dos anos 1990, e que vizualisva uma força de submarinos moderna com navios adquiridos tanto da Rùssia quanto de parceiros do Ocidente, além de um projeto nacional.