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“Nerpa” junto do litoral indiano

Mikhail Aristov


O submarino atômico “Nerpa” aproxima-se do litoral da Índia. Segundo um acordo, a Rússia aluga-o por 10 anos. Na Armada indiana, o submarino terá o nome de “Chakra”. O navio leva a bordo uma tripulação indiana completa, que tinha sido instruída no centro de ensino especializado russo, e uma pequena turma de marinheiros russos, para prestarem ajuda em casos de emergência.

Este submarino nuclear de uso versátil foi construído na Rússia, em estaleiros navais do Território Primorski. Por suas caraterísticas de combate  o “Nerpa” assemelha-se aos submarinos norte-americanos da classe “Los Ângeles”, diz Konstantin Sivkov, vice-presidente da Academia de problemas geopolíticos.

“Não existem, no mundo, submarinos de caraterísticas iguais. Submarinos britânicos são da segunda geração. Os submarinos franceses “Roubis” também  foram construídos nos inícios da década de 70. Nossos submarinos são da terceira geração. Ou, melhor dito, da geração “3+”, tal como os norte-americanos. Mas, levando em consideração o critério do preço de aluguel, estão fora de concorrência”.

A Rússia e a Índia têm laços militares tradicionalmente fortes. A influência da União Soviética na arena internacional contribuiu, em grande parte, para a conquista da independência, pela Índia, em 1947. O primeiro sistema de armamentos indiano era de fabrico soviético. Hoje em dia, a Armada indiana conta não só com submarinos, como também porta-aviões, contratorpedeiros e vedetas lança-mísseis construídos nos estaleiros  russos. Fábricas indianas  produzem, sob licenças russas, tanques e carros blindados, assinala Aleksandr Khramtchikhin,  diretor-adjunto do Instituto de Análises Políticas e Militares.

“A Índia ocupa hoje o 1-o lugar no mundo, pelo volume das importações de armamentos. Mais de 70% deste volume correspondem à Rússia”.

Uma exposição de armamentos realiza-se agora em Nova Delhi. E o valor do material de guerra russo contratado nela, já ascende a cerca de $11 bilhões. Cabe a pergunta: porquê não vendemos mas sim, alugamos, à Índia o submarino atômico? Porque no mundo não tem havido precedentes de venda de armamentos estratégicos, explica Konstantin Sivkov.

“Por exemplo, a Rússia vende aviões das classes até “bombardeiro de combate”. E, via de regra, não vende bombardeiros estratégicos de longo alcance. Por exemplo, alugou à Índia o bombardeiro TU-22M”.

Em 1988, a Índia já teve em sua Armada o submarino atômico soviético K-43, um navio da segunda geração. Segundo os marinheiros indianos, esse submarino transformou-se para eles em verdadeira “universidade”. Muitos dos oficiais que prestaram serviço nesse submarino, ocuparam mais tarde cargos de comando na Armada indiana. E as experiências práticas obtidas no período do aluguel do K-43, permitiu aos engenheiros-construtores indianos avançar sensivelmente pelo caminho rumo à construção do seu próprio submarino atômico. Segundo assinala o jornal “The Times of India”,  para abril corrente planejam-se os testes em marcha do submarino atômico lança-mísseis indiano “Arihant”, que poderia entrar  nos efetivos da Armada já nos inícios de 2013. Desta forma, a Índia está se transformando em sexto país do mundo armado de submarinos atômicos.

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