No domingo, 19/02, O jato militar KC-390, produzido pela Embraer Defesa e Segurança, já em fase final de certificação (ultrapassando as 850 horas de voo), realizou com sucesso o "dry contact" (sem transferência de combustível) durante um procedimento de reabastecimento aéreo entre a nova aeronave KC-390 e um caça F-5EM da FAB próximo a Base Aérea de Sta. Cruz (RJ).
O KC-390 agora passará pelos testes de ventos cruzados e em locais de formação de gelo. A primeira etapa deve ocorrer no sul do Chile e a fase de voo em formação de gelo deve ocorrer na Base Aérea de Eglin, na Flórida, onde as condições de gelo podem ser reproduzidas. Outras etapas incluem testes de sistemas de combustível, pressurização e de aviônica, bem como testes específicos de missão.
O KC-390 tem capacidade de reabastecer, em voo, um amplo leque de aeronaves da FAB, de caças a helicópteros H-36, inclusive o próprio KC-390.
A possibilidade de reabastecer aeronaves de combate significa atuar como um multiplicador da autonomia, o que assegura a realização de missões de longa distância ou, ainda, de patrulhas aéreas de combate com várias horas de duração
REVO – Reabastecimento em voo ou Reabastecimento aéreo é o processo de transferir combustível de uma aeronave (o tanque) para outra (o receptor) durante o voo. Isto permite ao receptor permanecer em voo mais tempo e, mais importante, estender sua autonomia e portanto a de suas armas e o alcance de sua missão. Uma série de reabastecimentos aéreos pode dar alcance limitado somente pelo cansaço da tripulação e fatores técnicos, como por exemplo consumo de óleo do motor.
Devido ao fato da aeronave receptora poder ser preenchida com combustível extra, o reabastecimento aéreo pode permitir uma decolagem com uma carga maior, que pode ser de armas, carga ou pessoal: sendo o peso máximo de decolagem mantido pela substituição do combustível por mais carga.
Sistemas de reabastecimento aéreo
Os dois sistemas mais utilizados de reabastecimento entre duas aeronaves são o sistema de lança e receptáculo e o sistema sonda e cesto. Menos popular os sistema asa-asa não é mais utilizado.
O KC-390 utiliza "sonda e cesto"
O sistema mais simples e barato de sonda-e-cesta é utilizado por várias organizações militares incluindo a marinha e os fuzileiros navais norte-americanos e várias forças aéreas ao redor do mundo.
Este sistema pode ser facilmente instalado em tanques existentes, entretanto possibilita uma menor vazão de combustível por causa da menor pressão e menor diâmetro da mangueira quando comparado com a lança de abastecimento. Entretanto isto não é um problema para aeronaves menores, que consomem pouco combustível.
A cesta (ou drogue, em inglês), é uma conexão que lembra uma peteca plástica, presa a sua extremidade mais estreita, está uma válvula, e uma mangueira flexível, que vai até carretel instalado no avião tanque.
A aeronave a ser abastecida possui uma sonda, que é um braço rígido instalado no nariz da aeronave, ou na lateral do nariz. Na ponta da sonda está uma válvula que permanece fechada até encaixar com a cesta, quando então abre e permite a passagem de combustível do tanque até o receptor.
A válvula utilizada nos sistema de cesto e sonda normalmente utilizado é um padrão OTAN e foi originalmente desenvolvido pela companhia Flight Refuelling Limited.
Aeronaves tanque equipadas com cesto de diferentes países podem abastecer aeronaves com sonda de outros. O sistema padrão de sonde possui rebites de cisalhamento entre a ponta da válvula e a sonda.