Presidente preserva estrutura formada por militares e opta por nome que cuidou da segurança de Dilma para substituir G. Dias. A definir o retorno da ABIN.
Redação DefesaNet
28 Abril 2023
Nota DefesaNet Junto com o anúncio, a ser confirmado, da escolha do Gen Amaro para o GSI, os três principais portais de notícias ( O Globo, Estadão e Folha), publicaram notícias similares sobre o 8JAN. Ver o publicado por O Globo: 8JANBSB – Documentos, vídeos e mensagens mostram como inteligência alertou sobre ataques em Brasília O Editor |
O General-de-Exército Marcos Antônio Amaro dos Santos será o novo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A escolha de Amaro foi confirmada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem (27ABR2023), em reunião com ministros, no Palácio da Alvorada.
Com o anúncio, que pode ser feito ainda na sexta-feira (28ABR22023), Lula põe fim a uma queda de braço no governo sobre a configuração do GSI e mantém a estrutura formada por militares.
Gen Amaro, como é conhecido, chefiou a Casa Militar no segundo mandato de Dilma Rousseff, interrompido pelo impeachment, e vai substituir o general Gonçalves Dias, que caiu no dia 20. A queda de G. Dias ocorreu após imagens do circuito de segurança do Palácio do Planalto mostrarem que em 8 de janeiro, dia da invasão ao Palácio do Planalto, ele circulou pelo terceiro andar do prédio, onde está o gabinete de Lula, sem repreender os invasores.
Na gestão de Jair Bolsonaro, Amaro foi chefe do Estado-Maior do Exército e comandante militar do Sudeste. Também comandou a 3ª Divisão, localizada em Santa Maria, considerada a mais podeosa do continente.
Quando trabalhou com Dilma, o general costumava acompanhá-la nos passeios de bicicleta em torno do Alvorada.
Mesmo após a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e uma ala do PT pregarem mudanças no GSI, insistindo na escolha de um civil para a Segurança Institucional, os ministros da Defesa, José Múcio Monteiro, e da Casa Civil, Rui Costa, sempre disseram que o gabinete deveria ser comandado por um militar.
Estrutura
O presidente e o general ainda precisam definir como ficará a estrutura do GSI, hoje esvaziada. Em conversas com colegas militares, Amaro tem afirmado ser favorável que o gabinete cuide da segurança do presidente e tenha sob seu comando a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
Ao tomar posse, Lula criou a Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República para ser responsável pela proteção do chefe do Executivo. A secretaria está subordinada ao gabinete presidencial.
Já a ABIN foi transferida para a Casa Civil. Há dúvidas se Amaro aceitaria um ministério com a estrutura atual.
Se concretizada, a nomeação de Amaro encerra um movimento dentro do governo que defendia o afastamento de militares do comando da pasta. Desde que foi cria-
do em 1938, o GSI sempre foi chefiado por militares.
Homem de Inteligência
Discreto e quase sempre calado, o Gen Ex Amaro teve o foco de sua carreira na área de inteligência.
O general foi instrutor da Academia Militar das Agulhas Negras e da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Exerceu o cargo de adjunto da Casa Militar da Presidência da República e do Gabinete de Segurança Institucional do Planalto. Além de Adido Militar na Embaixada do Brasil no Suriname.
Teve passagem pelos Estados Unidos, entre 1987 e 1988, onde realizou cursos de artilharia e artilharia de campanha. Em 2006, realizou o Curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Entre 2007 e 2010, também atuou como Chefe da Divisão de Inteligência do Centro de Inteligência do Exército.