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Redação DefesaNet
Na primeira semana de março de 2022, em voo da Turkish Airlines, procedente da Turquia, país que mantém seu espaço aberto aos voos da Rússia, pousou no Estado de São Paulo, com 6 operadores estrangeiros do SVR-RF (Sluzhba vneshney razvedki Rossiyskoy Federatsii) , com o objetivo de reunir lideranças empresariais brasileiras alinhadas com Moscou, com o foco de utilização as conexões bancárias, financeiras e comerciais no mercado nacional e exterior, para camuflar o recebimento e envio de recursos financeiros à Federação Russa, em troca o Kremlin garantiria a abertura e exploração de recursos diversos dentro da Rússia e nações satélites na Ásia Central.
O grupo composto por 4 homens e 2 mulheres, viajou para diversas localidades do Brasil conversando e fechando acordos com lideranças do agronegócio, mineração, fármacos, aeronáutico e setor naval, além de políticos do congresso nacional alinhados ideologicamente com a Federação Russa.
Os homens de azul, como são conhecidos por conta do seus impecáveis ternos com a referida coloração, normalmente são vistos ativamente na Venezuela, especialmente em bases militares e aos arredores do Palácio Miraflores, sempre elegantes e armados com compactos e modernos fuzis de origem russa, além do icônico alemão Heckler & Koch 416 — adquiridos por meio de empresas de fachada na Europa.
A sua presença no Brasil, ainda mais de forma quase que propositalmente ostensiva, e sem preocupar-se com as identidades verdadeiras ou ocultação de vida pregressa, mostra e faz enviar a Washigton uma preocupante mensagem, especialmente a gestão de Joe Biden, que agora tem a obrigação de sentar-se e manter um diálogo mais aberto, honesto e colaborativo com o Brasil, caso não queira afastá-lo ainda mais da áurea estadunidense.
MAS PORQUE O BRASIL?
Diferentemente da União Europeia e Estados Unidos, e nações diversas ao redor do globo que são ligadas nos aspectos cultural, militar e econômico com o bloco europeu e a nação norte americana, e que de forma conjunta aplicaram violentas sanções econômicas e tecnológicas à Federação Russa, o Brasil decidiu por não fazer o mesmo, mantendo a neutralidade e diálogo com os russos, grande parte pela neutralidade do presidente Jair Bolsonaro.
Os russos por sua vez, livraram o Brasil (e outros países) da lista de nações hostis a Rússia — uma espécie de lista negra do Kremlin — no qual recebeu aval do primeiro-ministro Mikhail Mishustin, e será usada pela Rússia para ações de médio-longo prazo dentro dos aspectos de guerra hibrida, como forma de retaliação pelas sanções impostas.
Com os recursos financeiros travados, e sanções dos mais diversos tipos e origens sendo aplicadas todos os dias, Moscou teria que ter um plano de escape além da China, como forma de diversificar o recebimento e envio de capitais, além de não correr o risco de subitamente os chineses negarem as operações financeiras camufladas, então o Brasil entrou no radar.
A Ibovespa movimentou en 2021 quase 1 trilhão de de dólares, com uma média diária de 10 a 15 bilhões de dólares . Ocupa o ranking entre as 17 a 20 maiores Bolsa de Valores do mundo.
EM SOLO BRASILEIRO…
Em Fortaleza, capital do Ceará, mantiveram encontros quase que diários com um representante, que mantém um íntimo laço com políticos russos do Conselho da Federação (câmara alta) e com grupos militares privados de origem russa, que atuam na América Latina, África e Ásia.
No Ceará conseguiram aquilo que já era esperado ao Kremlin, pelo mesmo ser especializado em contrainformação e subversão — atuando ativamente em 2019 na Ucrânia em apoio a inteligência dos batalhões pró-Rússia em Donetsk — reafirmou o seu compromisso em fazer caminhos para lavar capitais, os transformando em legais, através de empresas brasileiras em nomes de terceiros, e controladas por ele remotamente.
No Rio de Janeiro, a reunião dentro de um cofre em um banco privado localizado no coração do Rio, com um empresário, os agentes prometeram condições especiais e sem qualquer tipo de barreira para a exploração de minério em regiões longínquas da Rússia e no Cazaquistão, com o governo fornecendo maquinário pesado e mão de obra qualificada, com a contrapartida do mesmo utilizar suas diversas redes de operações bancárias — e de terceiros ligados a ele — para enviar e receber recursos, que seriam camuflados por uma complexo de instituições, dando aspecto legal.
E em Goiânia, capital de Goiás, conversaram abertamente com um grupo de lideranças empresariais e políticas de diversos estados do Brasil por aproximadamente 6 horas, que entre outras coisas, foi discutida a possibilidade da criação de uma empresa conjunta entre os envolvidos de ´´logística e soluções globais´´ que deveria ser instalada no Brasil em uma capital litorânea.
A hipotética e futura empresa em questão teria garantida a sua formação e estrutura com aporte financeiro da Rússia via China, e então após concluída a sua instalação e homologação no Brasil, seria utilizada exclusivamente por Moscou para o recebimento de divisas, e os envolvidos receberiam igualmente uma X porcentagem por cada transação efetuada.
Implementação de Célula Dedicada no Brasil
Os planos e anseios da Federação Russa é em um prazo de até 20 meses, mover da Venezuela ao Brasil o secreto 9º Destacamento Estrangeiro para Fins Especiais do SVR-RF, que são agentes de inteligência da Rússia com diversas especialidades, e que atualmente prestam serviços diversos a Caracas, como; contrainformação, guerra eletrônica, sabotagem, Operações Especiais etc.
Dessa forma, a Rússia de forma legal, e com proteção do Estado Brasileiro, poderia em tese e sem redemoinhos, gerenciar e coordenar suas operações contra sanções em um mercado não sancionado.
No entanto, pela legislação vigente no Brasil, para algo do tipo tornar-se oficialmente possível de ser feito, teria em tese, que ter aprovação do congresso brasileiro, mas como reafirmo, é em tese… pois todas as operações são feitas nas entrelinhas.
A Rússia além de trabalhar para escapar às sanções impostas ao sistema financeiro tem que garantir que seus aliados recebam garantias de que os recursos depositados em bancos russos tenham solvência. Icônica a ida da Vice-presidente venezuelana Delcy Rodrigues voou para a Turquia para encontrar-se com o chanceler russo Sergey Lavrov. O objetivo saber da segurança dos valores acumulados, em 20 anos pelos líderes chavistas. (Ver Relatório Otálvora: Maduro preocupado com o dinheiro nos bancos russos)
DefesaNet não tem a informação se estas movimentações russas têm monitoração do Palácio do Planalto (GSI, ABIN, BACEN, COAF, etc), ou se a Presidência da República, de alguma maneira, tem conhecimento da extenção destas ações.
Delcy Rodrigues, em missão na Turquia, junto a Sergey Lavrov para saber quais garantias e segurança os oligarcas venezuelanos têm para seus recursos nos bancos russos.