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INTEL – General Amaro assume o GSI

General Amaro diz que GSI terá mais civis. Novo ministro é empossado e Comissão do Senado aprova Luiz Fernando na ABIN


João Valadares, Caetano Tonet e
Vandson Lima
VALOR

O novo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General-de-Exército Marcos Antonio Amaro dos Santos, afirmou ontem que, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai promover a entrada de mais civis nos quadros funcionais da pasta. O militar foi empossado na manhã de ontem em cerimônia fechada no Palácio do Planalto.

“Existe uma intenção do presidente que aproveite também para trazer mais civis aqui para o Gabinete de Segurança Institucional. Eu vou procurar logicamente atender prontamente essa diretriz”, afirmou o novo ministro em entrevista ao canal de televisão GloboNews.

O pedido de uma espécie de “desmilitarização” da pasta ocorre após demissão do general Gonçalves Dias. O ex-ministro apareceu em imagens veiculadas pela CNN Brasil nas quais interagia passivamente com golpistas que invadiram o Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. Outros militares do GSI foram flagrados em atitudes consideradas coniventes com os bolsonaristas.

Depois do episódio, 87 pessoas foram exoneradas pelo então ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli. Na quinta-feira (27), 58 servidores do órgão foram dispensados de seus cargos. Na quarta-feira (26), outros 29 funcionários já haviam deixado os cargos. Grande parte era militares.

Na entrevista, o general Amaro ressalta que há cargos que necessariamente precisam ser ocupados por fardados.

“O GSI era antes a Casa Militar porque suas atribuições são mais afeitas às atividades de militares. Há cargos que são destinados especificamente a militares, que não podem ser ocupados por civis”, declarou.

Ele ressaltou em seguida, citando as secretarias que tratam de programa nuclear e do sistema do espaço aéreo brasileiro, que é possível incluir civis para tratar dos temas sem qualquer prejuízo

O general Amaro assume um GSI esvaziado por Lula desde o início do mandato. O presidente transferiu a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) para a Casa Civil e retirou a responsabilidade do GSI pela guarda do presidente. “Nesse primeiro momento que houve esse esvaziamento não apenas das atribuições mas também de pessoal, temos que buscar esse recompletamento do nosso efetivo, trazendo pessoas para exercer essas competências, nas áreas administrativa e operacional do GSI”, disse.

Sobre os ataques do 8 de janeiro, o general preferiu não comentar as declarações do seu antecessor de que houve um “apagão de inteligência”.

Ele salientou, no entanto, que vai ser preciso rever o que deu errado. “Essas crises geram oportunidades”, afirmou. “Vamos tomar medidas para que as ocorrências possam não se repetir no futuro. A blindagem do piso térreo do Palácio do Planalto pode ser uma primeira medida”, declarou.

Ontem, a Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado aprovou por unanimidade a indicação do delegado Luiz Fernando Corrêa para o cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Corrêa havia sido indicado no dia 3 março por Lula, mas a sabatina foi adiada. O placar na CRE foi de 16 a zero pela aprovação.

Corrêa, que é delegado aposentado da Polícia Federal (PF), seria sabatinado inicialmente em 30 de março. A sessão foi adiada pelo descontentamento de quadros governistas no Senado com dois nomes escolhidos por ele para compor a cúpula do órgão.

O primeiro deles é Alessandro Moretti, nomeado para o cargo de diretor-adjunto, o número dois da ABIN. Moretti é ligado ao ex-ministro da Justiça Anderson Torres e foi chefe da inteligência da PF na gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Durante a sabatina, Corrêa respondeu questionamentos do presidente do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre Moretti estar chefiando a inteligência da PF quando ocorreram os atos golpistas de 8 de janeiro.

Ele explicou que Moretti trabalhou na área de inteligência da corporação enquanto a mesma esteve sob seu comando durante o governo Lula e defendeu a escolha.

O novo diretor da Abin também foi questionado sobre Paulo Maurício Fortunato Pinto, que assumiu o cargo de secretário de Planejamento e Gestão do órgão. Ele era o diretor do Departamento de Contrainteligência da ABIN, em 2008, quando a agência foi acusada de envolvimento na Operação Satiagraha, e chegou a ser afastado do cargo. Na ocasião, a Abin foi acusada de participar de escutas ilegais que atingiram figuras públicas, entre eles ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Corrêa disse que confia em suas escolhas e que jamais correria o risco de expor o governo Lula. Ele ressaltou que terá no comando da Abin o objetivo de organizar o sistema de inteligência como órgão de Estado e sem qualquer tipo de viés político partidário.

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