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Irã lança ataque com mísseis contra Israel

Sirenes são acionadas em Israel. Lançamentos ocorrem após alerta dos EUA sobre “ataque iminente” pelo regime iraniano

(DW) O regime do Irã lançou no início da noite desta terça-feira (01/10) um ataque com mísseis balísticos contra Israel. Sirenes foram acionadas em todo território de Israel e houve relatos de explosões em Tel Aviv e Jerusalém.

A mídia israelense apontou que o Irã lançou cerca de 200 mísseis contra Israel. Não está claro se os mísseis atingiram alvos ou foram interceptados no céu sobre as cidades de Israel.

A ofensiva veio em resposta à escalada de ataques aéreos de Israel contra o Líbano, que nas duas últimas semanas já deixaram mais de mil mortos, incluindo membros da cúpula do grupo radical libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã. 

Esse é o primeiro ataque direto do Irã contra Israel desde abril, quando Teerã atacou duas bases aéreas israelenses com mísseis e drones e atingiu partes das Colinas de Golã ocupadas. 

Naquela ocasião, a maioria das armas lançadas pelo Irã foram interceptadas por Israel, pelos Estados Unidos ou por países árabes da região, como a Jordânia.

Mais cedo, um funcionário de alto escalão do governo dos Estados Unidos advertiu que o Irã estava preparando um “ataque iminente” com mísseis balísticos contra Israel.

A nova escalada do conflito na região ocorre em meio a uma nova ofensiva terrestre de Israel no sul do Líbano contra o Hezbollah, grupo que é apoiado pelo Irã.

Israel está expandido operações militares desde o ataque terrorista promovido pelo Hamas – outro grupo apoiado pelo Irã – contra Israel em 7 de outubro do ano passado, no qual cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, foram mortas, e cerca de 250 reféns foram levados para a Faixa de Gaza.

Em resposta, Israel iniciou uma operação militar em Gaza que já deixou mais de 40 mil mortos, de acordo com o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, além de deixar mortos em ataques no Líbano e no Iêmen.

  • Analista avalia que o Irã estava sob “tremenda” pressão para fazer algo

A DW conversou com Burcu Ozcelik, especialista em Segurança do Oriente Médio, que avaliou que o Irã estava sob “pressão crescente e tremenda para responder ao assassinato de [Ismail] Haniyeh, líder do Hamas, e, mais recentemente, de [Hassan] Nasrallah, líder do Hezbollah”.

“Não fazer nada teria enfraquecido Teerã”, disse Ozcelik, “talvez de forma irreparável aos olhos da linha dura do Irã e do Eixo de Resistência na região”, fazendo referência à aliança formada pelo Irã, Hezbollah, Hamas e os rebeldes houthis.

Quanto ao ataque desta terça-feira, a pesquisadora sênior do Royal United Services Institute, um think tank de Londres, disse que “por enquanto, parece ser uma salva limitada de mísseis com o objetivo de restabelecer alguma dissuasão”.

Mas, observou ela, “se houver vítimas civis israelenses dentro de Israel como resultado, haverá um grave risco de escalada”.

  • Regime iraniano afirma que alvo eram bases militares

A Guarda Revolucionária do Irã informou que seu ataque com mísseis balísticos contra Israel nesta terça-feira teve como alvo “três bases militares” em Tel Aviv.

“Nós atacamos três bases militares ao redor de Tel Aviv”, o centro comercial de Israel, afirmou a organização militar em comunicado divulgado pela agência de notícias estatal iraniana Isna.

A Casa Branca, que antecipou os preparativos do regime islâmico, afirmou que o ataque foi “derrotado e ineficaz”.

“Com base no que sabemos até o momento, esse ataque parece ter sido derrotado e ineficaz”, afirmou à imprensa Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente dos EUA, Joe Biden.
 

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