O ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, tentou minimizar a decepção com a vitória da Suécia na licitação internacional go governo brasileiro para a compra de 36 aviões de caça à Força Aérea Brasileira (FAB). Le Drian disse hoje que o Brasil não era o alvo prioritário e que a França espera conseguir vender os Rafale para a Índia e países do Golfo.
A fabricante francesa Dassault sentiu o golpe na abertura do pregão da Bolsa de Valores de Paris, na manhã desta quinta-feira. As ações da empresa caíram 5% nas primeiras trocas do pregão. Na Suécia em compensação, as ações da Saab, vencedora da concorrência, subiram 23% coroando o sucesso da empresa na disputa.
Nesta quarta-feira, após mais de uma década de negociações, o ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim, anunciou a escolha definitiva dos caças suecos para equipar a FAB, um contrato de valor estimado em US$ 4,5 bilhões. A licitação internacional também era disputada pelo francês Rafale, da Dassault, e pelo americano Super Hornet, da Boeing.
Para a imprensa francesa, a escolha do caça sueco por Brasília é uma derrota da Dassault, que estava no páreo desde o início da concorrência havia 12 anos. O caça francês tem tecnologia sofisticada, mas o problema é seu custo, considerado duas vezes mais caro que o sueco Gripen NG.
O jornal Les Echos acha que a presidente Dilma Rousseff avisou o presidente francês, François Hollande, durante sua visita a Brasília na semana passada que os Rafale eram muito caros. O jornal ressalta que Celso Amorim se recusou a revelar a classificação final da disputa, isto é, a posição dos perdores Dassault e Boeing.
O embaixador da Suécia em Paris, Gunnar Lund, manifestou no Twitter sua satisfação pelo Brasil "ter optado por uma solução europeia".