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Acordo estratégico entre Brasil e Suécia tem potencial para novos negócios

Ten Jussara Peccini


O acordo estratégico entre o Brasil e a Suécia tem potencial para novos negócios em diversos segmentos econômicos. Essa foi a principal mensagem da diretora-executiva da Câmara Brasileira de Comércio na Suécia, Elisa Sohlman, no I Encontro Internacional de Financiamento a Projetos de Defesa, nesta quarta-feira (30/11) em Brasília (DF). A executiva brasileira veio de Estocolmo, onde atua, especialmente para falar aos profissionais governamentais e da iniciativa privada que trabalham na área de crédito de operações internacionais.

“O Brasil ainda não tirou todo proveito que essa relação pode oferecer”, avalia sobre a possibilidade de atrelar outros segmentos ao maior acordo firmado entre os dois países, o programa Gripen. “Essa iniciativa é extremamente valiosa. Esse diálogo é importantíssimo”, avalia, sobre o encontro promovido pelo Comando da Aeronáutica.

Para Sohlman, o programa da nova aeronave de combate da Força Aérea Brasileira é tratado pela Câmara como a ‘Era Gripen’, justamente pelas oportunidades de comércio interdisciplinar que oferece. A tecnologia e os recursos empregados no avião multimissão podem abrir caminho para novos negócios de empresas dos setores de saúde e energia, por exemplo.

Outro fator que ajuda nesse amplo leque que se abre é o fato de a FAB ter uma área de atuação amplo, extrapolando o segmento da defesa. “A FAB atua em catástrofes, em logística. A tecnologia que está sendo discutida para o desenvolver o Gripen tange outros segmentos", pondera sobre o desperdício que seria não aproveitar essas novas oportunidades.

Há dez anos, ou seja, desde a fundação, o órgão acompanha o projeto Gripen NG. Para os suecos, a data de 18 de dezembro em 2013, quando o governo brasileiro anunciou o Gripen como a aeronave do programa F-X2, é considerada um marco na relação com o Brasil. “É o maior projeto da história bilateral. O maior contrato da história da Suécia e também para o Brasil”, afirma.

Com o papel de mediar os negócios entre os dois países, o órgão tem como um dos seus grandes desafios a comunicação. “Somos tradutores”, compara a executiva usando uma metáfora sobre seu trabalho de facilitar a interlocução entre duas culturas diferentes e em alguns momentos até díspares. Sohlman exemplifica sua afirmação utilizando o conceito de inovação.

Na economia nórdica, fundamentada em uma indústria forte, este é um assunto tratado pela agenda da iniciativa privada e voltada para recursos high tech. No Brasil, cuja base econômica de exportação ainda se sustenta em commodities, essa mesma discussão está principalmente na esfera política ou seja, uma agenda governamental, mesmo com o País sendo 20 vezes maior que a Suécia.

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