O enlace de dados tático se transformou numa ferramenta indispensável para as forças armadas em todo o mundo para o compartilhamento de informações e funções de comando e controle. No Brasil, o sistema Link-BR2, que é o futuro datalink brasileiro, foi concebido pela Força Aérea Brasileira e encontra-se em fase final de certificação e será integrado também no caça F-39 Gripen.
O desenvolvimento do Link-BR2 é gerenciado pela Comissão Organizadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC) e executado pela empresa brasileira AEL Sistemas. O objetivo é fornecer um sistema tático de enlace de dados, com capacidade de tráfego de informações em tempo real, de forma criptografada, entre os vetores aéreos, tais como as aeronaves F-5M, A-29, E-99, os caças F-39 Gripen, e os centros de comando e controle no solo.
Este projeto coloca o Brasil como uma das poucas nações do mundo com capacidade para autonomamente desenvolver e implementar sistemas desta categoria.
“O Link-BR2 é um complexo sistema que incorpora um Data Link Tático com avançadas capacidades de Comando e Controle, que coloca a FAB definitivamente na era da Guerra Centrada em Redes (Network Centred Warfare – NCW). Em fase final de certificação, o Sistema é fruto de uma visão de longo prazo da FAB, que busca além da vanguarda tecnológica, a soberania em se comunicar de forma segura em qualquer ambiente. Para a AEL Sistemas é motivo de muito orgulho e uma responsabilidade muito grande desenvolver e integrar o Sistema em avançadas plataformas aéreas tais como o Gripen, contribuindo para a soberania do Brasil”, declarou a AEL Sistemas.
No Gripen, o Link-BR2 se mostra como mais um ativo capaz de oferecer vantagens em um cenário operacional em favor da força que o utiliza numa área de conflito. O compartilhamento de dados, imagens, vídeos e mensagens em maior volume e velocidade, de forma encriptada e segura, assenta a informação em tempo real, garantindo assim superior consciência situacional.
A troca de informações em tempo real permite que os caças possam utilizar dados provenientes de outras plataformas e sensores operando no mesmo cenário de batalha, tais como radares instalados em outras plataformas, seja em um navio, em uma bateria de mísseis ou de um avião de vigilância. Desta forma, os caças podem operar em modo silencioso, com seus emissores em modo passivo, não emitindo sinais e tornando mais difícil a sua detecção pelo inimigo e ainda assim sendo capaz de orientar os seus mísseis contra alvos no ar, no solo ou no mar, apenas recebendo as informações compartilhadas.
Para o piloto inserido no cockpit do caça, antes da decolagem, na fase de planejamento, e durante o desenrolar do voo, o conhecimento da disposição das forças aliadas e oponentes contribuem na tomada de decisões táticas que maximizam o sucesso da missão.
“O sistema está sendo desenvolvido por mais de 50 engenheiros das mais variadas áreas, focados principalmente em protocolos de comunicação, sistemas de rádio, redes e aplicações aeroembarcadas”, concluiu a AEL. O projeto representa um grande avanço tecnológico para o Brasil e vai permitir maior eficácia nas missões dos caças Gripen e demais aeronaves em operação no país.