O filósofo e geopolítico russo Alexander Dugin, define os cinco pontos de conflito atuais na visão do Kremlin
Nota DefesaNet
No domingo, 10DEZ2023, o filósofo e geopolítico russo Alexander Dugin, publicou n “X” um texto, em cinco línguas (reproduzido abaixo em português tradução DefesaNet e inglês).
A leitura cuidadosa é mandatória, em especial nos gabinetes de Brasília, que ainda reverberam as versões alienadas de Lula e do Chanceler de-facto Celso Amorim. A Falsa Surpresa, que o Planalto tenta demonstrar é um jogo para a torcida e ação midiática na amestrada imprensa nacional.
Por mais que Lula tente verbalizar alguma posição, sabe que as ordens vêm de Moscou e Maduro é só um peão no jogo de Xadrez Geopolítico Global.
O Planalto tenta colocar o confronto como uma ação militar somente. Analistas trazem comparações entre Venezuela, a pobre Guiana e até o Brasil.
É o total desconhecimento da situação de crise que se avizinha no horizonte, que foi sendo construída por duas décadas, com a efetiva participação da dupla Lula-Amorim. muito além da retórica. Mas isto é para uma análise mais ampla.
Abaixo o texto de Alexander Dugin em Português e Inglês e a postagem original
A Guiana Britânica-Essequibo (juntamente com as Malvinas) é outra frente da multipolaridade contra a unipolaridade.
No geral, estamos lidando com cinco frentes potenciais ou reais:
- A Rússia está em guerra com o globalismo coletivo ocidental e americano (anglo-saxónico) na Ucrânia. Essencialmente, esta é uma guerra civil dos Russos – Russos imperiais contra Russos Atlantistas que traíram a sua identidade Russa, mas os “Russos” Atlantistas estão sendo usados pelas forças unipolares do Ocidente.
- O mundo islâmico está consolidando-se (com um sério atraso) contra Israel, que está levando a cabo um genocídio sistemático da população árabe. Ao mesmo tempo, o Ocidente unipolar está novamente ao lado de Israel (como seu representante no Médio Oriente).
- O bloco de países anticoloniais na África Ocidental (Mali, Burkina Faso, Níger, República Centro-Africana, Gabão) está unido contra os regimes pró-coloniais (Atlanticistas) e contra a França globalista de Macron. Também aqui o conflito aberto pode eclodir a qualquer momento.
- A frente potencial de Taiwan contra a China continental é talvez o que mais preocupa os Estados Unidos. (E aqui um conflito direto está esperando nos bastidores).
- A declaração dos direitos da Venezuela a Essequibo, uma formação colonial artificial dos Atlanticistas. Isto também está relacionado com a questão das Malvinas, que pode se agravar após a remoção dos degenerados que chegaram ao poder (é o que acontece se o peronismo revolucionário se cruzar com o liberalismo, como fez Sergio Masa, que perdeu).
A Índia (Bharat) ocupa um lugar especial na heptarquia multipolar. Trata-se de um Estado-Civilização completamente independente, que está estrategicamente mais próximo dos EUA (devido ao conflito com a China e o Paquistão, e ao factor islâmico mais amplo).
Ao mesmo tempo, a Índia é amiga da Rússia, da África e da América Latina. Não existem zonas directas de conflito com os globalistas (excepto a memória da monstruosa era da colonização britânica).
Anteriormente, o Ocidente apoiava o Islã radical e o Paquistão, e embora isto tenha permanecido parcialmente, já não é tão pronunciado – a Índia é necessária aos globalistas para confrontar a China.”
Alexandre Dugin
Divulgado via “X”, em 10 Dezembro 2023
British Guyana-Essequibo (along with the Malvinas) is another front of multipolarity against unipolarity. Overall, we are dealing with five potential or actual fronts:
1. Russia is at war with the collective West and American (Anglo-Saxon) globalism in Ukraine. Essentially, this is a civil war of Russians – imperial Russians against Atlanticist Russians who have betrayed their Russian identity, but the Atlanticist ‘Russians’ are being used by the unipolar forces of the West.
2. The Islamic world is consolidating (with a serious delay) against Israel, which is carrying out a systematic genocide of the Arab population. At the same time, the unipolar West is again on the side of Israel (as its Middle Eastern proxy).
3. The bloc of anti-colonial countries in West Africa (Mali, Burkina Faso, Niger, Central African Republic, Gabon) is united against pro-colonial (Atlanticist) regimes and against Macron’s globalist France. Here, too, open conflict can break out at any moment.
4. Taiwan’s potential front against mainland China is perhaps what the United States cares about most. (And here a direct conflict is waiting in the wings).
5. The declaration of Venezuela’s rights to Essequibo, an artificial colonial formation of the Atlanticists. This is also related to the issue of the Malvinas, which could become acute after the removal of the degenerate who has come to power (this is what happens if revolutionary Peronism is crossed with liberalism, as Sergio Masa, who lost, did).
India (Bharat) holds a special place in the multipolar heptarchy. This is a completely independent State-Civilization, which is strategically closest to the USA (due to the conflict with China and Pakistan, and the broader Islamic factor).
At the same time, India is friendly to Russia, Africa, and Latin America. There are no direct zones of conflict with the globalists (except for the memory of the monstrous era of British colonization).
Previously, the West supported radical Islam and Pakistan, and although this has partly remained, it is no longer so pronounced – India is needed by the globalists to confront China.”
— Alexander Dugin “X” 23 December 2023