Os militares que assinaram uma carta aberta denunciando a "desintegração" da França e pedindo apoio a políticos que "levem em conta a salvaguarda da nação" serão punidos, anunciou nesta quarta-feira o chefe do estado-maior do Exército.
Os 18 soldados na ativa identificados "receberão sanções disciplinares militares", declarou o general François Lecointre ao jornal "Le Parisien", mencionando "sanções mais rigorosas para os de maior patente". Os generais signatários que estão perto de se aposentar, mas que ainda podem ser convocados, podem ser obrigados a passar para a inatividade, acrescentou.
"Esses oficiais passarão por um conselho superior militar. Após esse procedimento, será o presidente da república que assinará um decreto de supressão", informou o general Lecointre. A ministra da Defesa, Florence Parly, pediu ontem que os signatários sejam punidos, e considerou a atitude dos mesmos "inaceitável e irresponsável".
O texto, publicado pela revista de direita "Valeurs Actuelles" no último dia 21, foi assinado por vários generais, que denunciaram a "decadência" do país, o "ódio entre comunidades alimentado por um certo antirracismo", bem como "o islamismo e as hordas suburbanas que submetem parte do território a dogmas contrários à nossa Constituição". Também se declaram "dispostos a apoiar os políticos que levarem em conta a salvaguarda da nação" e advertiram que, "se a frouxidão continuar se estendendo", tornará necessária "a intervenção dos nossos companheiros na ativa".