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Finlândia aprova lei controversa para barrar imigrantes

Governo diz que medida visa combater a “migração instrumentalizada” pela Rússia. Críticos, porém, temem que ela sirva na prática para rejeitar pessoas que buscam asilo.

(DW) O Parlamento da Finlândia aprovou nesta sexta-feira (12/07), por 167 votos contra 31, uma controversa lei provisória que permite barrar pessoas em busca de asilo que cheguem pela fronteira do país com a Rússia.

A medida vem após a Finlândia registrar, no ano passado, um aumento significativo no número de requerentes de asilo por esta via vindos de países como Somália e Síria.

Helsinki acusa Moscou de estar por trás do fenômeno e afirma que o vizinho “instrumentaliza a migração” para tentar gerar uma crise no país, numa retaliação à entrada dos finlandeses na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Rússia e Finlândia compartilham uma fronteira de 1.340 km. Ela chegou a ser totalmente fechada no final do ano passado, mas dois postos foram reabertos pouco tempo depois.

“Recado à Rússia”

Segundo o primeiro-ministro finlandês Petteri Orpo, a medida é um “recado forte à Rússia e aos nossos aliados [de que a] Finlândia vai cuidar de sua própria segurança e da segurança da fronteira da União Europeia”.

A lei deve entrar em vigor nos próximos dias, após aprovação do presidente finlandês Alexander Stubb, com efeito por um ano, e deverá permitir a Helsinki restringir temporariamente concessões de asilo sob o argumento de risco à soberania e à segurança nacional, sem possibilidade de recurso. Quando esse for o caso, apenas algumas categorias de refugiados, como crianças ou pessoas com deficiência, poderão pedir asilo.

A medida se soma a ações similares adotadas nos últimos anos por Polônia e Lituânia, que também restringiram a imigração de pessoas que tentam entrar na União Europeia vindas da Rússia ou de Belarus, país aliado do Kremlin.

Críticos dizem que lei é inconstitucional

Parlamentares que se opuseram à nova lei argumentaram preocupação com eventuais violações de direitos humanos.

“É um dia triste para o Estado de Direito da Finlândia e para os Direitos Humanos”, lamentou o líder da aliança de esquerda finlandesa, Li Andersson.

Juristas contrários à medida apontam que ela desrespeita compromissos com os direitos humanos previstos em Constituição e em tratados internacionais, além de afrontar regras da UE.

ra (AFP, Reuters, dpa)

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