Os Estados Unidos estão decididos a garantir, com "extraordinária vigilância", a navegação no Estreito de Ormuz, advertiu nesta quarta-feira o general americano Joseph Votel, após o Irã realizar exercícios navais na região.
As manobras ocorreram na semana passada, quando dezenas de pequenos barcos de ataque ocuparam o Estreito de Ormuz, uma rota marítima chave para o petróleo que o presidente iraniano, Hassan Rouhani, ameaçou fechar no mês passado.
Os exercícios foram realizados apenas alguns dias antes de os Estados Unido retomarem as sanções contra Teerã.
O general Votel, que supervisiona as operações militares dos Estados Unidos no Oriente Médio, afirmou que as manobras tinham a intenção de enviar uma mensagem a Washington antes do restabelecimento das sanções.
"Está bastante claro para nós que utilizaram este exercício para nos enviar uma mensagem sobre suas capacidades, a medida que nos aproximávamos das sanções", disse Votel a jornalistas no Pentágono.
"Permaneceremos extraordinariamente vigilantes" na região, destacou o general.
Na terça-feira, os Estados Unidos retomaram as sanções contra o Irã, após o presidente Donald Trump se retirar do acordo nuclear multilateral de 2015 com Teerã.
EUA não são confiáveis, diz líder do Irã à Coreia do Norte
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, disse ao ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte que os Estados Unidos não são confiáveis, noticiou a mídia estatal de Teerã, no momento em que os EUA buscam um acordo para deter os programas nuclear e de mísseis norte-coreanos.
O Irã rejeitou uma oferta de última hora de Washington para conversar nesta semana, dizendo que não pode negociar mais uma vez que o governo do presidente Donald Trump renegou um acordo de 2015 mediante o qual sanções foram suspensas em troca de limites ao programa nuclear iraniano.
A visita de Ri Yong Ho, o diplomata mais graduado da Coreia do Norte, ao Irã coincidiu com a retomada das sanções norte-americanas contra a República Islâmica.
“A atuação do governo dos EUA nestes anos levou o país a ser considerado indigno de confiança e de credibilidade em todo o mundo, o que não cumpre nenhuma de suas obrigações”, disse Rouhani a Ri na quarta-feira, segundo a Agência de Notícias da República Islâmica (Irna).
“Na situação atual, países amistosos deveriam desenvolver suas relações e cooperação na comunidade internacional”, disse ele, acrescentando que o Irã e a Coreia do Norte “sempre tiveram opiniões semelhantes” em muitas questões.
Ri viajou a Teerã depois de participar de um fórum de segurança em Cingapura, onde ele e o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, discutiram duramente a respeito de um acordo firmado durante a cúpula história de junho entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong Un.
Na ocasião os dois lados se comprometeram a trabalhar pela desnuclearização da Coreia do Norte, mas desde então mostram dificuldades de chegar a um acordo para atingir este objetivo. Pyongyang vem desenvolvendo seus programas de armas em desafio a resoluções e sanções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Ri disse a Rouhani que a desfiliação de Washington do pacto de 2015 e a restauração de sanções são “uma ação contra as regras e normas internacionais”, relatou a Irna.
“A política estratégica da Coreia do Norte é aprofundar as relações com a República Islâmica do Irã e confrontar o unilateralismo”.
Trump decidiu restaurar as sanções contra Teerã apesar dos pedidos de outras potências mundiais que também patrocinaram o acordo, entre eles os principais aliados de Washington na Europa, Reino Unido, França e Alemanha, além da Rússia e da China.
As sanções já levaram bancos e muitas empresas de todo o mundo a reduzirem suas transações com o Irã. Na terça-feira Trump disse que empresas que fizerem negócios com o Irã serão barradas nos EUA.