KUALA LAMPUR – O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, confirmou nesta segunda-feira, 24, que o voo MH 370 caiu no sul do Oceano Índico. De acordo com o premiê, novos dados de satélites analisados por uma empresa britânica levaram à conclusão de que o Boeing 777-200 com 239 pessoas a bordo saiu da rota prevista, percorreu o chamado corredor sul entre o Sudeste Asiático e a costa oeste da Austrália e caiu a sudoeste de Perth. A Malaysia Airlines divulgou um comunicado no qual oferece condolências às famílias dos passageiros e tripulantes do voo e informa que as buscas continuam.
Antes do anúncio de Razak, parentes de passageiros disseram que a companhia enviou uma mensagem de texto afirmando que todos que estavam a bordo do avião morreram. "Lamentamos profundamente que temos de aceitar que o voo MH 370 se encerrou e que ninguém que estava a bordo sobreviveu. Como vocês vão ouvir na próxima hora do primeiro-ministro da Malásia, agora nós temos de aceitar que todas as evidências mostram que o avião caiu no sul do Oceano Índico", dizia a mensagem mostrada ao NYT pela americana Sarah Bjac. O namorado dela estava no avião.
" É com profunda tristeza que informo que o avião terminou sua jornada no sul do Oceano Índico", disse o primeiro-ministro. "Amanhã haverá uma nova coletiva com novos detalhes sobre o caso."
No comunicado da Malaysia Airlines, a empresa diz que é preciso aceitar que todas as informações disponíveis levam a crer que o avião tenha "encerrado seu voo" no mar e oferece condolências pelas 239 pessoas a bordo. Parentes das vítimas foram levados em voos fretados de Pequim para a Austrália, onde estão sediadas as buscas.
"Sabemos que não há palavras que nós ou qualquer pessoa pode dizer para amenizar a dor de vocês", diz o texto. "Continuaremos a oferecer ajuda e apoio, como temos feito desde o desaparecimento do voo em 8 de março. Oferecemos nossos pensamentos, orações e condolências a todos afetados por essa tragédia."
Novos indícios. Mais cedo, a operação internacional de busca do avião da Malaysia Airlines que desapareceu com 239 pessoas a bordo em 8 de março avistou nesta segunda-feira, 24, dois objetos no Oceano Índico que podem ser destroços do boeing 777-200. Um dos objetos é circular e o outro, retangular.Eles foram retirados da água e uma análise determinará se pertenciam ao voo MH 370.
"Todo mundo está bastante animado com sucesso das buscas de hoje", disse o tenente australiano Josh Willians, que encontrou os destroços que podem ser do voo MH 370.
O avião, que ia de Kuala Lampur para Pequim desapareceu dos radares após 40 minutos de voo e fez uma curva brusca para a esquerda. Os dois pilotos da aeronave estão sendo investigados mas ainda não se sabe o que provocou a mudança de rota.
O copiloto do voo MH370, Fariq Abdul Hamid, estreante na condução de boeings 777-200 não passou por um procedimento padrão pelo qual teria de fazer seus primeiros cinco voos com um copiloto adicional. "Não vimos nenhum problema com ele", disse a empresa, por meio de nota. / REUTERS, AP e EFE
Leia a íntegra do comunicado do primeiro-ministro malaio, Najib Razak, sobre a queda do boeing 777-200 da Malaysia Airlines.
“Nesta noite, fui informado por representantes da Comissão de Investigação de Acidentes Aéreos da Grã-Bretanha (AAIB) de que a Inmarsat – a companhia britânica responsável pelos dados de satélite que indicaram os corredores possíveis de trajeto do avião- fizeram novos cálculos. Com base num tipo de análise inédito numa investigação desse tipo, eles foram capazes de determinar com maior certeza o percurso do voo MH370.
Com essas novas análises, a Inmarsat e a AAIB concluíam que o MH370 voou ao longo do corredor sul e sua última posição era no Oceano Índico, a oeste de Perth.
É um local distante, longe de qualquer pista de pouso possível. Portanto, é com a maior tristeza que devo informá-los que, segundo essas informações, o voo MH 370 caiu no sul do Oceano Índico.
Faremos uma nova entrevista coletiva amanhã com novos detalhes, mas queríamos informá-los desse novo desenvolvimento o quanto antes. Fazemos isso com o compromisso de transparência e respeito pelas famílias das vítimas, dois dos princípios que têm guiado a investigação.
A Malaysia Airlines já falou com as famílias dos passageiros e tripulantes sobre esse novo desenvolvimento. Para eles, essas últimas semanas foram de cortar o coração. Sei que essa notícia deve ser ainda mais difícil. Peço à imprensa que respeite a privacidade e dêem-lhes espaço neste momento difícil.”