Juan Carlos Ianuzzo, secretário administrativo da Associação de Veteranos da Guerra das Malvinas, foi cercado por ex-companheiros assim que o ato oficial chegou ao fim. Para ele, em cerimônias como a desta segunda-feira, questões específicas da ditadura vêm à tona e aquilo que deveria ser apenas uma homenagem aos mortos e sobreviventes muda de tom. "Mescla-se Malvinas com ditadura, com sequestros e quando mistura-se tudo, algo sai mal. Temos que honrar os 649 mortos e todos os combatentes que lutaram em defesa do território nacional", disse.
Assim como Ianuzzo, 65 anos, a maioria dos que acompanharam a cerimônia eram pessoas acima dos 40 anos. Entre os jovens estava Pilar, 20 anos, que pediu para não ter seu sobrenome divulgado. Embora ciente de que era minoria na Praça San Martín, a estudante afirmou que o tema Malvinas é comum entre a juventude argentina. "O assunto nos interessa", disse ela, que esteve este ano pela primeira vez em uma cerimônia pelo aniversário da guerra.
Seu ponto de vista é o mesmo da maioria dos argentinos, que acredita ter o direito sobre as Malvinas, mas defende um acordo diplomático com os britânicos, ainda que saiba das dificuldades. "É coerente que queira recuperar (as ilhas Malvinas), mas é muito difícil diante de uma potência como a Inglaterra", afirmou.
Assim que as autoridades e grande parte do público se retiraram, ex-combatentes, familiares e parte dos que restaram na praça formaram um semicírculo segurando uma faixa nas cores da bandeira argentina. Ao som do hino nacional, uma bandeira foi hasteada e ex-combatentes falaram sobre os percalços da guerra e a motivação que os trazia até ali. "Nunca deixaremos passar qualquer oportunidade que se apresente para recuperarmos as ilhas", disse um deles, seguido por aplausos.
Com agências