O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou à China nesta quarta-feira para uma visita de 24 horas para tratar com as autoridades do país as tensões na região que surgiram depois que Pequim decretou unilateralmente uma zona de identificação de defesa aérea (ADIZ) no mar da China Oriental. Biden, que chegou de Tóquio para uma visita oficial, deve se reunir hoje com o vice-presidente chinês, Liu Yuanchao, e com o presidente Xi Jinping e, amanhã, com o primeiro-ministro, Li Keqiang.
Antes de sua chegada, o jornal oficial chinês China Daily advertiu em um editorial que Biden, que procura aliviar as tensões após o estabelecimento da ADIZ, não terá sucesso se "repetir as declarações anteriores de seu governo, equivocadas e parciais". O editorial acusou Washington de "ter se alinhado claramente com o Japão" e de investir "equivocadamente" contra a China depois que este país declarou há dez dias uma zona de identificação de defesa aérea (ADIZ) no mar da China Oriental.
A zona inclui as ilhas conhecidas em mandarim como Diaoyu e em japonês como Senkaku, que são reivindicadas por ambos os países. Como resultado da declaração da zona, que irritou os países vizinhos e os Estados Unidos, Pequim exige agora que os aviões que forem sobrevoar a área se identifiquem previamente e anunciem seus planos de voo.
Os Estados Unidos recomendaram suas companhias aéreas a cumprirem com esses requisitos para evitar incidentes, mas afirmaram que isso não equivale a reconhecer a ADIZ chinesa, enquanto as empresas japonesas se rejeitam a fazê-lo. No editorial, o jornal afirmou que "foi o Japão que mudou unilateralmente a situação" na região.
"Se os Estados Unidos estão verdadeiramente comprometidos com a diminuição das tensões na região, primeiro deveriam deixar de consentir com a perigosa política de risco calculado do Japão", disse o editorial. Além disso, "os EUA devem deixar de encorajar o beligerante primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, para que constantemente vá um pouco além nas provocações e invasões do Japão", acrescenta.
Apesar de a visita de Biden ter inicialmente como principal objetivo promover os investimentos e o comércio entre os países, ela se concentrará agora nas tensões em torno da ADIZ chinesa. Biden chega a Pequim vindo de Tóquio, onde pediu que China e Japão buscassem meios para reduzir essas tensões e reiterou que os Estados Unidos estão "profundamente preocupados" com a declaração da ADIZ.
"Ao invés de difundir o pedido ilícito do Japão para rescindirmos à ADIZ, Biden deveria tentar fazer com que os japoneses entendessem que esta pode se transformar, de acordo com as previsões do nosso Ministério da Defesa, em 'uma zona de cooperação, não de confronto'", afirmou o jornal chinês.
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