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Vice de Obama tenta “aparar arestas” na disputa entre China e Japão

Nesta segunda-feira (02/12), o vice-presidente Joe Biden inicia em Tóquio seu giro pelo Japão, China e Coreia do Sul. Após a escalada das tensões entre China e Japão em torno de um grupo de ilhas no Mar da China Oriental, denominadas Diaoyu pelos chineses e Senkaku pelos japoneses, os Estados Unidos se esforçam para acalmar os ânimos. Segundo um alto representante do governo americano, o vice de Barack Obama tentará "aparar arestas" nas desgastadas relações entre esses dois países da Ásia Oriental.

Pequim implantou uma zona de defesa aérea sobre o arquipélago rochoso e inabitado, exigindo que as companhias aéreas lhe apresentem os planos de voo de todos os aviões que penetrem nessa região, que é administrada pelo Japão. A iniciativa unilateral é vista como uma afronta, não somente pelo Japão e Coreia do Sul, mas também pelos Estados Unidos, parceiro próximo destes governos.

EUA tentam se reafirmar

Após estada de dois dias ao Japão, na quarta e quinta-feira Biden deverá visitar Pequim, antes de seguir viagem para a Coreia do Sul. Esse giro pela região já estava planejado, muito antes do início da disputa em torno das Ilhas Senkaku.

Depois do cancelamento forçado da viagem do presidente Barack Obama ao Sudeste Asiático, em outubro último, devido ao impasse no orçamento americano, os EUA procuram agora se reafirmar como potência na região da Ásia-Pacífico.

Difícil imaginar outro político americano tão adequado a essa tarefa quanto o diplomático Joe Biden, que já há algum tempo goza de boas relações pessoais com o novo presidente chinês, Xi Jinping.

O democrata não deverá alcançar uma mudança de posição por parte da China, mas talvez um esclarecimento sobre como Pequim pretende implementar suas regras, na ampla zona de defesa aérea recém-instalada.

Peixes, petróleo e gás

O Departamento de Estado em Washington aconselhou as companhias aéreas americanas a seguirem as recomendações de Pequim, apresentando seus planos de voo naquela região. Em contrapartida, conforme recomendações do governo em Tóquio, empresas aéreas japonesas cruzaram a recém-declarada zona de defesa aérea chinesa sem nenhum aviso prévio às autoridades em Pequim.

As três grandes companhias aéreas americanas United, American Airlines e Delta declararam neste fim de semana ter fornecido ao governo em Pequim seus planos de voo sobre as ilhas disputadas por Japão e China.Elas se localizam numa área rica em peixes, e onde se suspeita haver depósitos de petróleo e gás.

Apesar de ter antes declarado que, em geral, as empresas áreas americanas que atuam internacionalmente deveriam respeitar as instruções dos respectivos países, o Departamento de Estado sublinhou que tal indicação de cautela não significaria que os EUA aceitaram as novas regras da China.

É sabido que mesmo uma aprovação tácita de Washington quanto ao procedimento da China iria irritar os japoneses. Tóquio espera, antes, um forte sinal de solidariedade de Joe Biden durante sua visita. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, declarou à agência de notícias Kyodo que os dois países vão trocar ideias detalhadamente e discutir a subsequente forma de proceder.

Para os Estados Unidos, a provocação da China vem em momento bastante impróprio. Uma escalada das tensões teria grandes consequências sobre a difícil relação entre as duas potências mundiais.

CA/rtr/dpa

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