Gustavo Nardon
Defesanet Agência de Notícias
05 de abril de 2013. Esta é a data de quando a Venezuela dará seus primeiros passos concretos como pertencente pleno do bloco. Ofuscada pela ausência de Hugo Chávez, em tratamento médico em Cuba, a notícia foi comemorada pelo país durante a reunião ocorrida ontem (06/11) em Brasília (DF).
A partir de abril de 2013, a Venezuela utilizará a mesma nomenclatura de produtos já utilizada pelo MERCOSUL, e 28% dos seus produtos começarão a ser taxados pela Tarifa Externa Comum (TEC), aplicada a importações de fora do bloco.
O anúncio foi feito pelo chanceler Antonio Patriota, que disse que o encontro "celebra a plena incorporação" da Venezuela. Foi divulgado um cronograma final para a adoção da TEC -até 2016-, mas o fim da tarifação intrabloco ainda não foi definido.
O país vai ser representado na reunião de mandatários do grupo hoje pelo chanceler e vice-presidente, Nicolás Maduro.
Desde que Chácez revelou ter câncer, em junho de 2011, poucos episódios foram tão eloquentes sobre as suas limitações quanto sua ausência em Brasília – ele anunciara ao próprio Patriota, em Caracas, que compareceria.
Ele não faz aparições públicas desde 15 de novembro, o mais longo hiato em 18 meses.
A ausência turbinou o mercado de títulos venezuelanos, volátil a cada sumiço de Chávez. Ontem, os juros cobrados de títulos da dívida venezuelana com vencimento em 2027 caíram 39 pontos, chegando ao menor valor desde 2008.
"Esta ocasião é muito simbólica. É a primeira reunião da Venezuela já como membro pleno do Mercosul e ele não estará", diz Carlos Romero, professor de relações internacionais da Universidade Central da Venezuela.
Para Romero, entre fazer um esforço para enfrentar a viagem a Brasília e estar na posse do novo mandato, em 10 de janeiro, Chávez escolheu o segundo. "O dado concreto é que ele está doente, há sinais de que é grave e ele não transferiu o poder."
Em mensagem publicada no Twitter no último mês, María Gabriela, filha de Chávez, escreveu: "Nunca sabemos quão fortes somos até que ser forte é a nossa única opção".
*Com informações adcionais da Folha de São Paulo.