Wagner Rios
O Uruguai tem dado continuidade a uma ação de mais de uma década no sentido de agregar um maior contingente feminino às suas tropas.
As mulheres constituem cerca de 25% das Forças Armadas do Uruguai e podem atuar em combate, segundo uma recente pesquisa sobre as Forças Armadas na América Latina, ante a média de 4% dos países latino-americanos.
Em 2000, a Força Aérea, o Exército e a Marinha do Uruguai já tinham estudantes aspirantes a oficiais. Em 2000, uma mulher entrou para o quadro da Marinha, a última força a aceitar o segmento feminino. A Força Aérea e o Exército aceitam mulheres desde 1997.
LaRed 21 projeta que, em quarto décadas, uma mulher poderia se tornar comandante-chefe de qualquer uma das três forças militares. “Em 2013, 41 mulheres estão seguindo carreira nas Forças Armadas Uruguaias. A lei prevê um teto de 20% de mulheres matriculadas nas três diferentes academias militaresA Escola da Força Aérea aceitou seis alunas, com um total de 13 cadetes. Dessas, quatro se graduarão como pilotos e navegadoras neste ano.
“Valeria Sorrenti Pírez terminou a Escola de Ensino Médio Sênior da Marinha em quatro anos e, se ela não falhar em nenhuma prova, se tornará a primeira oficial feminina a bordo de um navio da Marinha Uruguaia”, disse o capitão de Marinha Eduardo Olivera ao LaRed 21.
A Escola de Ensino Médio General Artigas tem 518 alunos e 130 alunas. A instituição é semelhante à maioria das escolas públicas, exceto pelo fato de oferecer artes marciais básicas e treinamento de preparo físico. Meninas que planejam ter uma carreira militar frequentam essa escola.
Victoria De Munno lembra-se de seus primeiros dias na escola após sua chegada, em 21 de fevereiro.
“Eu entrei muito nervosa no Instituto, mas também muito animada para esta nova fase da minha vida. É realmente nova e diferente do que eu costumava fazer. Eu vim de uma escola de ensino médio muito pequena do interior do país e tive de me adaptar a uma escola 10 vezes maior”, diz.
Victoria reconheceu algumas de suas colegas dos exames de admissão. “Foi bom eu não conhecer todo mundo – dessa forma, tive a oportunidade de conhecer pessoas novas de diferentes lugares do país.”
Para a jovem, cada dia traz um desafio novo. “Estou aqui porque busquei esse desafio e ainda estou tentando ver se estou preparada para isso”, afirma Victoria.
A colega Lucía Mendiaval diz ter adquirido habilidades que a ajudarão no setor privado, como aprender a ler bússolas e mapa topográfico.
Enquanto o número de mulheres fardadas umenta, o Uruguai está modificando seus equipamentos, incluindo veículos blindados.
“No 6º Regimento de Cavalaria, professores e alunos (…) modificaram a caixa de câmbio de um veículo blindado polonês e também o volante, o que significa que hoje isso pode ser feito por uma mulher”, disse o ministro da Defesa do Uruguai, Fernández Huidobro.