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Tuaregues contra intervenção francesa no Mali

Ibrahim Naovaf


Um dirigente do Congresso Nacional do Azawad, um movimento separatista do Mali, refutou em entrevista à Voz da Rússia as informações de que os tuaregues estariam dispostos a apoiar as operações militares da Força Aérea Francesa contra os islamitas no norte do país.

Ele deu a entender que os tuaregues poderiam intervir ao lado dos franceses se Paris tivesse demonstrado interesse em cooperar, porém já se terá perdido essa possibilidade:

– François Hollande tomou uma decisão precipitada e interferiu nos nossos assuntos internos sem nos ter consultado, ou aos nossos aliados. Isso provocou a alteração da nossa política e do nosso plano de ação.

– Ou seja, vocês são contra a intervenção militar por parte da França?

– De modo algum. Nós não concordamos com qualquer intervenção militar sem o nosso conhecimento, seja da França ou de forças dos Estados africanos. O nosso povo não irá tolerar que outros países resolvam os nossos problemas de forma militar. Nós só precisamos de armas para combater os extremistas islâmicos no Azawad. Não precisamos de tropas estrangeiras.

François Hollande enviou as tropas francesas por ter os seus próprios objetivos secretos. Isso parece uma decisão como a de Bush-pai, o qual interveio no Afeganistão com um pretexto formal, mas partindo dos seus próprios interesses. O presidente francês irá pagar por esse erro, visto que no final ele irá perder prestígio tanto no Norte de África como no Oriente Médio.

– Na sua opinião, o que poderá ser feito para salvar a situação no Mali e evitar o derramamento de sangue?

– Desde o início conduzimos negociações com a França e com os EUA através dos nossos canais e declaramos de forma inequívoca que não devia ocorrer qualquer intervenção militar. Tudo deve ser decidido como no Kosovo. O movimento nacional do Kosovo conseguiu acordar com os EUA a separação do Kosovo da Sérvia por meios políticos. Da mesma forma terá de ocorrer no Mali, é precisamente isso que defendemos.

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