O Japão propôs nesta sexta-feira que a Coreia do Sul resolva sua disputa territorial sobre um pequeno arquipélago no Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) de Haia.
Tóquio também anunciou a revisão de um acordo de troca de divisas com Seul e o ministro japonês das Finanças cancelou uma visita que faria à capital sul-coreana em protesto por uma visita do presidente sul-coreano ao disputado arquipélago.
A tensão aumentou nos últimos meses entre Japão e Coreia do Sul, colônia japonesa de 1910 a 1945, após a visita do presidente Lee Myung-bak às ilhas do mar do Japão, conhecidas como Dokdo em Seul e Takeshima em Tóquio, reivindicadas pelos dois países.
"Para resolver este assunto de maneira tranquila, justa e pacífica propomos levá-lo ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ)" conjuntamente com Seul, declarou o porta-voz do governo japonês, Osamu Fujimura, em uma coletiva de imprensa.
Com sede na cidade holandesa de Haia e principal órgão judicial da ONU, a CIJ está encarregada de solucionar, conforme o direito internacional, as disputas de ordem jurídica submetidas pelos Estados. No entanto, Seul rejeitou imediatamente a proposta de Tóquio, como já fez em duas ocasiões no passado.
O ministro japonês das Finanças, Jun Azumi, anunciou, por sua vez, a anulação de uma visita prevista a Seul. "Não podemos permitir os comentários pouco respeitosos" de Lee, disse Azumi.
Alguns dias após a visita às disputadas ilhas, o presidente sul-coreano anunciou que o imperador do Japão, Akihito, não poderá visitar a Coreia do Sul até que peça desculpas pelas atrocidades cometidas pelas forças de ocupação japonesas. Em 1990, Akihito manifestou seu "profundo pesar" pelo sofrimento do povo coreano durante a colonização.