O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse nesta quinta-feira que os Estados Unidos não irão aceitar restrições de liberdade de navegação e sobrevoo no Mar do Sul da China.
Falando em um encontro regional na Malásia, com participação do ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, Kerry disse que, apesar das garantias de que as liberdades serão respeitadas, alertas foram emitidos e restrições violadas nos meses recentes.
"Deixe-me ser claro: os Estados Unidos não irão aceitar restrições de liberdade de navegação e sobrevoo, ou outros usos legítimos do mar", disse Kerry.
Em encontro com chanceler chinês, Kerry levanta preocupações sobre Mar do Sul da China
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, expressou preocupação com a reivindicação de território pela China e a construção de ilhas artificiais no Mar do Sul da China, disputado por vários países, durante conversações nesta quarta-feira com o chanceler chinês, Wang Yi, disse um alto funcionário norte-americano.
Kerry fez as declarações ao ministro das Relações Exteriores Wang Yi, em Kuala Lumpur, à margem de reuniões da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), formada por dez países, e que teve como assunto principal as tensões no Mar do Sul da China.
Segundo o funcionário, Kerry disse a Wang que, embora Washington não tenha tomado uma posição sobre as reivindicações de soberania na hidrovia estratégica, gostaria de ver o problema resolvido pacificamente e em conformidade com o direito internacional.
Kerry também reiterou as preocupações dos EUA sobre a "militarização" das áreas nas ilhas controladas pelos chineses nas Ihas Spratly, um arquipélago no Mar do Sul da China, acrescentou o funcionário. "Ele incentivou a China, bem como os outros reclamantes, a interromper ações que criam problemas, a fim de abrir espaço para a diplomacia", disse.
Em breves declarações à imprensa após seu encontro com Kerry, Wang afirmou que a China iria prosseguir com as "conversas pacíficas" para resolver a disputa do Mar do Sul da China. Ele não deu mais detalhes.
Imagens recentes de satélite mostram que a China está quase terminando a construção de uma pista de pouso de 3.000 metros de comprimento em uma de suas sete novas ilhas nas Spratlys.
A pista vai ser longa o suficiente para acomodar a maioria das aeronaves militares chinesas, segundo especialistas em segurança, dando a Pequim maior alcance na área central do tráfego marítimo do Sudeste Asiático.
China diz que parou trabalhos no Mar do Sul da China
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse nesta quarta-feira que Pequim paralisou trabalhos de criação de ilhas no Mar do Sul da China, e pediu que países da região agilizassem conversas sobre como os Estados que reivindicam áreas na região deveriam se comportar nas águas disputadas.
Em junho, a China informou que iria completar em breve parte dos trabalhos nas ilhas de Spratly, no Mar do Sul da China. As declarações do ministro durante um encontro regional em Kuala Lumpur pareceram projetados para aliviar tensões com outros países que reivindicam partes do mar, através do qual 5 trilhões de dólares em comércio passam a cada ano.
Pequim reivindica a maior parte das águas, enquanto as Filipinas, Vietnã, Malásia, Taiwan e Brunei possuem reivindicações sobrepostas.
Os Estados Unidos e Japão expressaram preocupação sobre a expansão chinesa no Mar do Sul da China, na qual suspeitam que tenha objetivo de ampliar seu alcance militar, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, levantou a questão com Wang na capital da Malásia.
"A China sempre está tentando se comprometer a trabalhar com os países preocupados a resolverem disputas por negociações pacíficas", disse Wang a Kerry, de acordo com uma nota do Ministério das Relações Exteriores da China.
Wang fez suas declarações às margens de reuniões envolvendo a associação de 10 membros das nações do Sudeste Asiático (Asean), onde as tensões sobre o Mar do Sul da China têm crescido. Quando perguntado por um repórter se a China poderia parar temporariamente os trabalhos na passagem estratégica, ele disse: "A China já parou. Pegue um avião e veja".