No próximo mês de Março, os EUA tencionam expedir para o Golfo Pérsico mais um grupo de combate aeronaval comandado por um porta-aviões nuclear, refere a um comunicado da Marinha dos EUA.
O grupo será integrado igualmente por um cruzador de propulsão nuclear e por três contratorpedeiros de propulsão nuclear. Atualmente já encontram-se no Golfo Pérsico dois porta-aviões norte americanos: "Abraham Lincoln" e "Carl Vinson".
O ministro de Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, reiterou nesta quarta-feira a disposição de Teerã para retomar as negociações sobre seu programa nuclear com o Grupo 5+1, composto pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha.
As manifestações de Salehi acontecem no dia seguinte a uma missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ter finalizado uma visita de três dias a Teerã para tratar de todos os temas pendentes sobre o programa nuclear iraniano, que para Teerã se desenvolveu em um ambiente "propício e construtivo".
Em declarações realizadas à agência local Fars, Salehi anunciou que em breve o governo iraniano enviará cartas aos seis países (Rússia, EUA, França, Reino Unido, China e Alemanha) nas quais mostrará sua disposição a negociar.
"O senhor Saeed Jalili (secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã), como principal negociador em matéria nuclear do Irã, já tinha anunciado sua disposição a dialogar com o Grupo 5+1 e anunciará mais uma vez por escrito", disse Salehi.
O responsável pela diplomacia iraniana afirmou esperar que o encontro aconteça "em um futuro próximo", após ter manifestado há poucos dias seu desejo de que as próximas negociações com o Grupo 5+1 alcancem um bom resultado.
"Acho que as próximas conversas com o Grupo 5+1 chegarão a um bom fim, porque sinto que a outra parte está agora interessada em encontrar um caminho para regular o assunto nuclear iraniano", disse Salehi no sábado em Adis-Abeba.
As duas rodadas anteriores de encontros entre o Irã e o G 5+1, que aconteceram em dezembro de 2010 e janeiro de 2011 em Genebra e Istambul, acabaram sem acordos. Em outubro, a alta representante europeia de Política Externa e Segurança, Catherine Ashton, que coordena o G 5+1, remeteu uma carta a Jalili na qual convidava-o a uma nova negociação.
Posteriormente, Jalili respondeu a Ashton que o Irã estava disposto a novas conversas para buscar medidas de confiança que facilitem solucionar o conflito nuclear iraniano. Nesta quarta-feira, em Viena, o chefe da missão que visitou Teerã, o diretor adjunto da AIEA Herman Naeckerts, disse que as autoridades iranianas declararam estar dispostas a resolver todas as dúvidas e suspeitas sobre a possível natureza militar de seu programa nuclear.
"Estamos comprometidos em resolver todos os assuntos pendentes e os iranianos dizem que também estão. Ainda há muito trabalho por fazer", disse o especialista belga após aterrissar em Viena, onde a AIEA tem sua sede. Naeckerts anunciou que já está planejando uma nova visita ao Irã, que deve acontecer "em um futuro muito próximo".
Parte da comunidade internacional, com os Estados Unidos e Israel na liderança, acusam o regime iraniano de ocultar sob seu programa civil outro de caráter militar, cujo objetivo seria produzir bombas nucleares, o que o Irã nega. Teerã afirma que seus esforços no campo nuclear têm como único objetivo o uso pacífico da energia e tecnologia atômicas.
Atualmente, existe uma nova tensão entre Teerã e o Ocidente, devido ao anúncio da União Europeia de um embargo às importações de petróleo iranianos, uma medida que se une às sanções dos EUA e outros países para tentar obrigar o Irã a deter seu programa nuclear.
Com agências Voz da Rússia e EFE