O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, viajará nesta quinta-feira à noite para Washington, onde pronunciará um discurso ante o principal grupo de pressão pró-israelense e se reunirá com o presidente Barack Obama para abordar o programa nuclear iraniano.
No momento em que Israel ameaça atacar as instalações nucleares iranianas e a pressão internacional se acentua para que não aja sem luz verde de Washington, Netanyahu adiantou que a quetão iraniana será "o principal tema" de seu encontro com Obama.
"O Irã segue avançando rapidamente e com arrogância em seu programa nuclear, desprezando completamente as decisões da comunidade internacional", advertiu nesta semana o primeiro-ministro israelense, ressaltando que trabalha com "todas as opções" diante desta ameaça.
O vice-ministro das Relações Exteriores israelense, Danny Ayalon, considerou nesta quinta-feira que o anúncio de uma suspensão do programa nuclear norte-coreano não pode servir de modelo para o Irã.
"Devemos lembrar que o que acontece na Coreia do Norte é muito pouco e muito tarde", explicou Ayalon à rádio pública. "A Coreia do Norte já superou o limite da capacidade nuclear, e não queremos, de forma alguma, que isto aconteça com o Irã", insistiu.
Netanyahu, que mantém uma relação tensa com Obama, será recebido na segunda-feira na Casa Branca. Nesse mesmo dia pronunciará um discurso no AIPAC (Comitê de Assuntos Públicos Estados Unidos-Israel), principal lobby pró-israelense nos Estados Unidos.
O chefe do governo israelense se reunirá primeiro no Canadá com seu colega canadense Stephen Harper, um simpatizante de Israel.
Segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 49% dos israelenses consideram "satisfatória" a gestão da questão iraniana por parte de Netanyahu.
Apoio dos EUA a Israel é "sacrosanto", diz Obama
O presidente Barack Obama qualificou nesta quinta-feira de "sacrosanto" o apoio dos Estados Unidos a Israel e destacou a necessidade de ajudar os israelenses a manter sua "superioridade militar" regional, quatro dias antes de receber o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Obama, que participou de uma reunião em Nova York para arrecadar fundos de campanha visando às eleições presidenciais de novembro, citou a mudança geopolítica causada pelas revoltas populares no mundo árabe a partir do início de 2011.
"Um dos nossos objetivos a longo prazo nessa região é assegurar que o compromisso sacrosanto que temos com a segurança de Israel não se traduza apenas em proporcionar a capacidade militar necessária, mas sim em permitir que tenha a superioridade militar necessária em uma região muito perigosa."