O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira que "a diplomacia não funcionou" na hora de deter o programa nuclear do Irã e pediu aos EUA e seus aliados que façam "uma ameaça militar clara e crível". "As palavras por si só não deterão o Irã. As sanções por si só também não deterão o Irã. É necessário combinar as sanções com uma ameaça militar clara e crível", disse Netanyahu em um discurso via satélite no principal grupo pró-Israel em Washington, o Comitê Americano de Assuntos Públicos de Israel (Aipac).
O líder israelense considerou que o Irã "ainda não cruzou a linha vermelha" que ele marcou durante seu discurso perante a Assembleia Geral da ONU em setembro, com a qual ilustrava sua convicção de que Teerã poderia ter suficiente urânio enriquecido para conseguir uma arma nuclear antes de 2013. "O Irã não cruzou a linha ainda, mas está se aproximando. Não podemos permitir que o faça. Devemos parar seu programa nuclear antes que seja demais tarde", insistiu.
Netanyahu considerou necessário admitir que "a diplomacia não funcionou ", porque o "Irã ignora todos os esforços e enriquece cada vez mais e mais urânio" em um programa que, segundo os Estados Unidos e Israel, tem natureza militar, algo que Teerã nega.
O primeiro-ministro reiterou a ideia que expressou no domingo, quando disse que as últimas negociações da comunidade internacional com o Irã são um estratégia de Teerã para ganhar tempo em seu programa nuclear, ao afirmar que o regime de Mahmoud Ahmadinejad está "esgotando o tempo no relógio" até completar seu suposto objetivo atômico.
Com relação à Síria, Netanyahu alertou que "à medida que os regime" de Bashar al Assad "entra em colapso, os grupos terroristas como o Hezbollah e a Al Qaeda" tratam de controlar suas armas químicas, e os comparou com "um grupo de hienas comendo um corpo que nem sequer está morto". "Estes grupos terroristas estão comprometidos com a destruição de Israel", afirmou.
Já no que diz respeito ao processo de paz com a Palestina, Netanyahu lembrou que Israel "já perdeu território quando se retirou do Líbano e Gaza", locais que foram tomados por grupos terroristas. "Como primeiro-ministro de Israel, nunca negociarei com nossa segurança", disse, e acrescentou que "neste Oriente Médio, uma paz que não possamos defender não durará mais de cinco minutos".
Netanyahu mostrou que deseja receber o presidente americano, Barack Obama, em sua primeira visita a Israel dentro de algumas semanas, e afirmou que além de falar com ele sobre o Irã, Síria e o processo de paz, mostrará "outra cara" de seu país, a do desenvolvimento econômico e cientista. O líder israelense se desculpou por não ter comparecido à conferência em Washington, ao estar imerso nas negociações para tentar formar uma coalizão de Governo.