O Irã não dará o primeiro passo para provocar um confronto bélico com outros países, mas se algum de seus inimigos, como Israel, "cometer o erro de atacar", os iranianos se defenderão "sem hesitações", assegurou nesta segunda-feira o embaixador iraniano na Espanha, Morteza Safari.
Em entrevista à agência EFE, Safari se referiu ao aumento do clima de tensão entre Estados Unidos, Israel e o Irã nas últimas semanas, nas quais se cogitou a possibilidade de que os israelenses estejam preparando um ataque contra o país persa.
"Não acho que haja um enfrentamento bélico. O Irã não dará o primeiro passo neste sentido, não somos a favor de que haja uma guerra, mas se algum de nossos inimigos, como Israel, cometer o erro de atacar, com toda segurança o Irã defenderá seus direitos", ressaltou Safari.
O diplomata avaliou que o aumento da tensão entre EUA, Israel e o Irã é "uma forma de criar uma guerra psicológica" contra as autoridades de Teerã, mas destacou que o Irã "não se deixará vencer por esse clima e essa tensão".
Safari revelou ainda que as autoridades de seu país avaliaram "a realidade atual e as contradições" internas dos Estados Unidos e Israel e chegaram à conclusão de que "não estão em condições" de atuar militarmente contra o Irã.
Outro elemento que, segundo o diplomata, leva a crer que Washington não poderia se aventurar a iniciar um conflito bélico neste momento é a difícil situação econômica que o país vive.
"As autoridades americanas e israelenses não podem cometer o erro (de atacar o Irã). Isso seria um suicídio", declarou Safari.
O embaixador também indicou que o embargo da União Europeia às importações de petróleo iraniano só prejudicará "os países e os cidadãos do velho continente".
Segundo Safari, a Europa compra atualmente 18% da produção petrolífera iraniana, uma quantidade que o Irã pode "sem problemas" colocar em outros mercados quando os europeus deixarem de adquiri-lo.
O embargo europeu terá ainda outras consequências, como uma alta do preço do petróleo em 30%, o que representará mais renda para o Irã, argumentou o embaixador.