O Irã está intensificando seu apoio ao presidente sírio, Bashar al-Assad, enquanto a Rússia continua a enviar dinheiro e armas ao regime, advertiu nesta quinta-feira a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton.
"Os iranianos deixaram claro faz tempo que a manutenção de Assad no poder foi uma de suas mais altas prioridades. Acreditamos que atuaram com o envio de mais pessoal, não só para ajudar Assad, como também para apoiar e assessorar às forças militares de segurança", disse Hillary.
A chefe da diplomacia americana concedeu uma coletiva de imprensa a um grupo reduzido de jornalistas, incluindo a AFP, em sua última entrevista aos meios de comunicação como secretária de Estado.
Clinton disse que havia "muita preocupação já que estão aumentando a qualidade do armamento".
"Os iranianos estão envolvidos ativamente desde o princípio. Parece que essa participação pode estar aumentando e esse é um motivo de preocupação para nós", afirmou Clinton aos jornalistas.
Porém Hillary também advertiu que, apesar dos esforços dos Estados Unidos de levar Moscou à mesa de trabalho para debater uma solução internacional em relação à guerra que já dura 22 meses na Síria e que matou cerca de 60.000 pessoas, a Rússia continua apoiando o regime de Assad.
"Os russos não são espectadores passivos em seu apoio à Assad. Eles têm sido muito mais ativos em várias frentes", disse a chefe da diplomacia americana.
"Sua defesa de Assad no Conselho de Segurança foi a mais pública, um sinal visível. Mas há outras formas com que tentavam proteger o regime", acrescentou.
"Temos razões para acreditar também que os russos continuam fornecendo a Assad assistência financeira e militar em forma de equipamentos", sublinhou Clinton.
No entanto, Clinton expressou sua esperança de que Moscou ainda possa mudar sua posição "porque não veem o que está acontecendo e não acreditam que poderia ser muito perigoso para os interesses de todos, incluindo os seus próprios".
O vice-presidente Joe Biden se reunirá com o chanceler russo Sergei Lavrov durante a Conferência sobre Segurança de Munique, na Alemanha, que começa nesta sexta-feira, anunciou.
Hillary Clinton, de 65 anos, será substituída pelo herói de guerra do Vietnã e senador democrata John Kerry, cuja nomeação foi aprovada pelo Senado no dia 29 de janeiro.