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Síria: atentado mata ministro da Defesa e cunhado de Assad

O ministro da Defesa sírio, o general Daoud Rajha, e o vice-ministro da pasta e cunhado do presidente Bashar al-Assad, Assef Shawkat, morreram nesta quarta-feira em um atentado contra o edifício da Segurança Nacional, em Damasco, durante uma reunião de ministros, segundo informações da televisão estatal síria. A autoria do ataque foi assumida pelo Exército Livre Sírio (ELS), formado por militares desertores. Não há informações precisas sobre o número de mortos e feridos.

"O general Daoud Rajha caiu como mártir no atentado terrorista contra o edifício da Segurança Nacional", disse o canal do governo. "O atentado suicida deixou feridos entre os participantes da reunião, alguns deles em estado grave", acrescentou a televisão logo após o ataque.

Nascido em 1947, Rajha era também vice-presidente do Comando Geral do Exército e do Conselho de Ministros. Com longa carreira nas Forças Armadas, das quais foi comandante de batalhão e de brigada, ele ocupou o posto de chefe do Estado-Maior até ser nomeado ministro da Defesa, em agosto de 2011.

Shawkat era casado com Bushra al-Assad, irmã do presidente sírio. Ele ocupava o cargo de vice-ministro da Defesa desde setembro de 2011, e foi no passado chefe da inteligência militar. Era considerado um dos principais responsáveis pela segurança do país e parte do círculo mais próximo do presidente.

Funcionários dos serviços de segurança disseram à agência AFP que muitos outros participantes da reunião de alto nível ficaram feridos na explosão e foram levados ao hospital Al-Shami, da capital. Os funcionários informaram que o ministro do Interior, Mohammed al-Shaar, estava entre os feridos. A televisão estatal confirmou que al-Shaar foi atingido e afirmou que ele está em condição estável.

A emissora do Líbano Al-Mayadeen disse, por sua vez, que várias autoridades de segurança foram mortas no ataque, sem fornecer detalhes. O edifício ultraprotegido encontra-se no bairro de Rawda, no centro da capital. Segundo a Al Jazeera, o prédio está localizado a apenas 10 minutos de caminhada da casa em que Bashar al-Assad mora com a família.

Ativistas em Damasco disseram por telefone que a Guarda Republicana da Síria isolou o hospital Al-Shami, na capital, enquanto ambulâncias levavam vítimas do local da explosão.

Rebeldes assumem autoria
O Exército Livre Sírio (ELS), de oposição ao regime de Assad, reivindicou a autoria do atentado. Em entrevista à agência EFE pela internet, um dos organizadores do ataque, Muayed al Zouabi, explicou que a ação foi realizada em coordenação com agentes de segurança do edifício governamental e com um cozinheiro da sede.

Zouabi disse que foi colocado veneno no café da manhã dos participantes do encontro – entre elas o ministro e o cunhado de Assad. Quando se sentiram mal, chamaram uma ambulância, que na verdade era um carro-bomba enviado pelo ELS. O ataque faz parte da chamada operação "Vulcão de Damasco, Terremoto da Síria", lançada na capital nos últimos dias, e que foi desenvolvida pela Brigada do Islã, pertencente ao ELS, afirmou Zouabi.

Em entrevista à agência AP, o comandante do ELS, Riad al-Asaad, que está baseado na Turquia, também confirmou que o grupo realizou o ataque, mas negou que tenha sido um atentado suicida. Segundo ele, todos os envolvidos na operação estão em segurança. Riad al-Assad ainda afirmou que este é "o começo do fim do regime".

Exército promete eliminar agressores
Em um comunicado lido na rede de televisão estatal, o Exército da Síria comprometeu-se a perseguir os autores do atentado para eliminá-los e "limpar a pátria de maldade". "As Forças Armadas estão determinadas a acabar com as gangues assassinas e criminosas e persegui-las onde quer que elas estejam", disse um comunicado dos militares lido na televisão estatal. "Quem pensa que ao atacar comandantes pode enroscar o Exército da Síria, esta iludido."

Com informações das agências internacionais

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