Seul devolveu nesta quinta-feira uma notificação do Japão com uma queixa formal contra a recente visita do presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, às disputadas ilhas de Takeshima, e provocou um novo atrito diplomático entre ambos os países.
A rejeição da carta enviada pelo primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, é um ato "inconcebível" em termos de protocolo diplomático, disse o porta-voz do governo japonês, Osamu Fujimura, em declarações divulgadas pela agência Kyodo.
"É inconcebível em condições normais que as cartas trocadas entre líderes de nações sejam devolvidas", acrescentou Fujimura.
No documento, Noda reprovou a visita de Lee, em 10 de agosto, ao arquipélago de Takeshima (conhecido como Dokdo na Coreia do Sul), o que foi a primeira viagem oficial de um líder sul-coreano ao local, administrado por Seul mas que tem a soberania reivindicada pelo Japão.
Noda também solicitou que Lee se desculpe diante do imperador do Japão, Akihito, por exigir que ele pedisse perdão pelos mortos durante a independência sul-coreana.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Cho Tai Young, disse que a carta foi devolvida pois o documento continha "conteúdos que nunca poderão ser aceitos sob nenhuma circunstância" por Seul.
Este novo episódio tornou ainda mais tensa as relações diplomáticas entre ambos os países, abaladas pelo conflito territorial em torno do pequeno arquipélago de apenas 0,2 quilômetros quadrados e formado por duas ilhotas e 35 rochas, onde desde 1954 está presente um destacamento da guarda sul-coreana.
Na terça-feira passada, o Japão formalizou seu pedido para resolver a disputa com Seul na Corte Internacional de Justiça (CIJ).