O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira (16/06) que vai ampliar o arsenal nuclear do país, com mais de 40 mísseis balísticos intercontinentais ainda em 2015.
Segundo Putin, os novos mísseis são capazes de superar qualquer sistema de defesa antiaérea, mesmo os mais avançados tecnologicamente. Mísseis balísticos intercontinentais têm um alcance mínimo de 5.500 quilômetros. Putin discursou na abertura de uma feira de armas em Kubinka, perto de Moscou.
Ele prometeu continuar um grande programa de modernização de armamentos, apesar das dificuldades econômicas enfrentadas pelo país. Putin mencionou especificamente os tanques Armata e outros veículos blindados que foram exibidos pela primeira vez ao público durante um desfile militar na Praça Vermelha, no mês passado, dizendo que "não há nada igual no mundo".
O anúncio é feito em meio a um crescente estranhamento entre a Rússia e as potências ocidentais, em especial os Estados Unidos. No domingo, o ministro da Defesa da Polônia, Tomasz Siemoniak, disse que manteve conversações com o secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter, sobre planos para estacionar armas americanas em território polonês.
Além disso, os três países bálticos da Otan, a Estônia, a Letônia e a Lituânia, solicitaram à aliança militar que estacione tropas terrestres em seus territórios, em meio a temores de que a Rússia venha a ampliar suas ambições territoriais. Segundo o New York Times, o Pentágono avalia a possibilidade.
O governo em Moscou reagiu a essas notícias e repetiu que a presença militar americana perto da fronteira com a Rússia fomenta a instabilidade na Europa. "Os Estados Unidos estão alimentando tensões e alimentando temores anti-russos em seus aliados europeus, também porque pretendem usar as atuais tensões para expandir sua presença militar e, portanto, reforçar a sua influência na Europa", disse o ministério do Exterior da Rússia, em comunicado, nesta segunda-feira.
As relações entre o Ocidente e a Rússia alcançaram um de seus piores níveis depois de a Rússia ter anexado a península da Crimeia e de separatistas pró-Rússia assumirem o controle de boa parte do leste da Ucrânia. O Ocidente acusa a Rússia de apoiar os separatistas com armas e pessoal, o que os russos negam.