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Rússia suspende fornecimento de gás e intensifica crise com Ucrânia

O governo da Ucrânia disse que a Rússia suspendeu todo o fornecimento de gás para o país – uma ação que intensifica ainda mais a tensão entre os dois países.

"O fornecimento de gás para a Ucrânia foi reduzido a zero", disse o ministro da Energia ucraniano, Yuri Prodan.

A estatal russa Gazprom disse que, a partir de hoje, a Ucrânia terá de pagar adiantado pelo produto. "A partir de hoje, a companhia ucraniana vai receber o gás natural russo apenas nas quantidades pelas quais pagou", informa um comunicado da Gazprom divulgado nesta segunda-feira.

Segundo a Gazprom, o governo ucraniano deve US$ 4,5 bilhões (quase R$ 10 bilhões) por gás fornecido e deveria ter pago uma parcela de US$ 1,95 bilhões (R$ 4,3 bilhões) na manhã desta segunda-feira.

Momentos depois, a Gazprom e a estatal ucraniana Naftogaz entraram com processos, uma contra a outra, no Instituto de Arbitragem da Câmara de Comércio de Estocolmo.

A Naftogaz alega que teria pago, desde 2010, US$ 6 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões) a mais do que deveria – e quer o dinheiro de volta.

As relações entre a Rússia e a Ucrânia estão tensas desde o ano passado – e pioraram depois que o governo russo anexou a Crimeia em fevereiro. O governo da Ucrânia acusa os russos de terem orquestrado ações de ucranianos separatistas no leste do país, o que os russos negam.

Sem acordo

O primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev, disse que a posição da Ucrânia no caso do gás "tem pinta de chantagem".

A crise do gás tem sido assunto de negociações recentes entre Ucrânia, Rússia e União Europeia. "Não chegamos a um acordo. As chances de nos reunirmos de novo são pequenas", disse o porta-voz da Gazprom Sergei Kuprianov, depois do fim das negociações em Kiev durante o final de semana.

No entanto, o comissário de Energia da União Europeia, Guenther Oettinger, que participou da reunião, disse que "não estava pessimista" sobre a possibilidade de um acordo.

Oettinger disse que vai continuar a trabalhar para conseguir um acordo apesar de sua proposta – de que Kiev pagasse US$ 1 bilhão na segunda-feira e o resto em prestações – ter sido rejeitada pela Gazprom.

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