O Exército da Rússia está reunindo tropas e centenas de armamentos, incluindo lançadores móveis de foguetes, tanques e artilharia em uma base perto da fronteira com a Ucrânia, testemunhou nesta semana um repórter da Reuters.
Muitos dos veículos tiveram o número de suas placas e marcas de identificação removidos, ao passo que muitos dos soldados haviam retirado as insígnias de seus uniformes. A aparência é semelhante à de algumas forças vistas no leste ucraniano, onde Kiev e seus aliados ocidentais apontam a presença de destacamentos russos disfarçados.
O cenário montado na base de Kuzminsky, localizada a cerca de 50 quilômetros da fronteira, oferece a mais clara evidência do que parece ser uma concentração de militares russos na área.
No começo deste mês, o comandante militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), general Philip Breedlove, disse acreditar que rebeldes separatistas estavam tirando vantagem de um cessar-fogo, que entrou em vigor em fevereiro, para se rearmar e se preparar para uma nova ofensiva. No entanto, ele não deu detalhes.
A Rússia nega que suas forças estejam envolvidas no conflito no leste da Ucrânia, onde separatistas pró-Moscou têm combatido forças do governo ucraniano.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que não comentaria imediatamente o assunto. Diversos soldados disseram que haviam sido enviados para a base para exercícios militares, sugerindo que sua presença não estava ligada à situação na Ucrânia.
Questionado pela Reuters se o grande número de armamentos sem identificação e as tropas sem insígnias indicavam que a Rússia planejava invadir a Ucrânia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse durante uma conferência com repórteres:
"Acho que o jeito que isso foi colocado, 'se uma invasão está sendo preparada', é muito inapropriado."
Putin diz que caso Fifa mostra interferência dos EUA fora de jurisdição
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou nesta quinta-feira os Estados Unidos de interferência fora de sua jurisdição na operação que resultou na prisão de dirigentes da Fifa.
Putin disse que as prisões realizadas na Suíça na quarta-feira foram uma "tentativa óbvia" de tentar impedir a reeleição do presidente da Fifa, Joseph Blatter, de 79 anos, apoiado pela Rússia.
O esporte mais popular do mundo sofreu uma turbulência nesta semana quando sete dirigentes da Fifa, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin, foram presos sob acusações norte-americanas de corrupção, e enfrentam extradição. Autoridades suíças também anunciaram uma investigação criminal na escolha das sedes das próximas duas Copas do Mundo, incluindo o torneio de 2018 na Rússia.
"Se algo aconteceu, não aconteceu em território norte-americano e os Estados Unidos não têm nada a ver com isso", disse Putin. "Esta é outra tentativa descarada (dos Estados Unidos) de estenderem sua jurisdição para outros países", acrescentou.
Citando o ex-prestador de serviço de agência de inteligência dos EUA Edward Snowden e o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, ambos se escondendo no exterior da Justiça norte-americana, Putin questionou o direito de Washington em pedir a extradição de autoridades da Fifa.
"Infelizmente, nossos parceiros norte-americanos usam tais métodos para alcançar seus objetivos egoístas e perseguir pessoas ilegalmente. Eu não descarto que no caso da Fifa, é a mesma coisa", disse Putin.