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Rússia responsabiliza EUA por ataque ucraniano em Sebastopol

Autoridades russas dizem que ataque a cidade da península anexada da Crimeia matou cinco pessoas e foi executado com mísseis ATACMS fornecidos pelos Estados Unidos à Ucrânia.

(DW) A Rússia acusou neste domingo (23/06) os Estados Unidos de serem responsáveis pelo ataque ucraniano que, segundo as autoridades russas, matou cinco pessoas, incluindo três menores, e feriu mais de uma centena em Sebastopol, na península anexada da Crimeia.

Segundo os militares russos, cinco mísseis ATACMS foram lançados pelas forças ucranianas, quatro dos quais foram interceptados.

“A responsabilidade pelo ataque deliberado com mísseis contra civis em Sebastopol cabe, em primeiro lugar, a Washington, que forneceu essas armas à Ucrânia”, bem como às autoridades de Kiev, afirmou o Ministério russo da Defesa. “Tais ações não ficarão sem resposta”, acrescentou.

Os dados de voo desses mísseis teriam sido inseridos “por especialistas dos EUA com base em dados de reconhecimento por satélite dos EUA”, afirmou o ministério russo em apoio às suas acusações.

Em abril, Washington anunciou o envio de mísseis ATACMS de longo alcance à Ucrânia, que há muito os solicitava para poder atacar mais além da linha da frente.

Nem a Ucrânia nem os Estados Unidos comentaram o ataque em Sebastopol.

Depois de num primeiro momento as autoridades russas terem afirmado que o ataque com os mísseis balísticos provocara ao menos três mortos, o governador da cidade portuária, Mikhail Razvojaev, indicado pela Rússia, precisou que o ataque fez cinco mortos, incluindo três menores, e deixou uma centena de feridos.

Cinco outras crianças estão recebendo cuidados intensivos no hospital, disse Razvojaev num vídeo publicado na rede social Telegram.

Os aliados que restam a Putin

Sanções de países ocidentais e um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) limitaram muito a movimentação internacional do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Restam poucos países para onde ele pode ir sem temer ser preso.

Desde que conquistou um quinto mandato como presidente, em março, em eleições que não foram nem livres nem justas, o presidente russo fez cinco visitas internacionais: a Belarus, Uzbequistão, China, Coreia do Norte e agora ao Vietnã.

Ou seja, mesmo com o apoio à Rússia significando risco de sofrer sanções, Putin ainda pode contar com aliados firmes, apesar de eles não serem muitos.

China

O principal parceiro comercial da Rússia, a China, anunciou uma parceria “sem limites” com a Rússia antes da invasão da Ucrânia e, depois desta, dobrou a aposta, pouco se importando com o impacto negativo que isso poderia ter sobre sua economia e imagem internacional.

A posição da China em relação à guerra na Ucrânia está longe de ser neutra. Seus esforços diplomáticos para convencer países a não participarem da recente cúpula de paz da Suíça sobre a Ucrânia – para a qual o país agressor não foi convidado – é apenas um exemplo disso. A própria China, claro, também não foi.

Ao longo do conflito, os chineses fizeram sua parte para manter a economia da Rússia funcionando, além de servirem como intermediários para produtos militares sancionados necessários para manter a máquina de guerra russa em funcionamento.

A China vê a Rússia como um parceiro estratégico para combater uma ordem mundial dominada pelos EUA e seus aliados. Putin visitou a China em maio deste ano, e o presidente Xi Jinping visitou a Rússia em 2023, quando deram um novo impulso as relações já calorosas.

Coreia do Norte

A Coreia do Norte pode ser um dos países mais isolados do mundo, mas nada que a impeça de forjar uma firme aliança com a Rússia de Putin. Afinal, para o ditador Kim Jong-un, qualquer aliado é melhor do que nenhum aliado.

O líder russo e o norte-coreano fecharam esta semana uma parceria de defesa que consolida o que o Kim chamou de uma “poderosa aliança”, incluindo a promessa de defesa mútua caso um dos países seja atacado.

A Rússia precisa de toda ajuda militar que puder obter na guerra da Ucrânia, e a Coreia do Norte, altamente militarizada, está pronta para fornecer armas sem fazer perguntas – países aliados a acusam de já ter feito isso, o que ambos os países negam.

A Coreia do Norte tem sido uma apoiadora sem restrições da Rússia na guerra contra a Ucrânia. Por exemplo quando as Nações Unidas votam resoluções contrárias às ações da Rússia na Ucrânia. A Coreia do Norte, ao contrário da China, sempre votou contra.

Belarus

Belarus é o aliado mais próximo e devoto da Rússia – ao ponto de alguns especialistas preferirem tratá-lo como “estado fantoche”, controlado por Putin. Seja como for, Belarus tem vários tratados e acordos com a Rússia, que é sua maior parceira econômica.

Belarus depende da Rússia em muitos níveis, desde a importação de petróleo e gás até subsídios econômicos.

Belarus também tem tropas e equipamentos militares russos estacionados em seu território e foi um dos locais de preparação para a invasão russa da Ucrânia, em 2022. O presidente Alexander Lukashenko, que já foi chamado de “o último ditador da Europa”, permitiu que a Rússia instalasse armas nucleares no país.

Irã

O Irã, assim como a Rússia, é alvo de fortes sanções internacionais dos países ocidentais. Nada mais natural que os dois países tenham uma forte aliança econômica e militar. De acordo com os serviços secretos dos Estados Unidos, a Rússia e o Irã intensificaram fortemente sua cooperação militar depois que a Rússia invadiu a Ucrânia.

O Irã forneceu à Rússia drones e munição, que são essenciais para a frente de batalha. Uma das raras visitas internacionais de Putin depois da invasão de 2022 foi ao Irã.

Após a morte do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, em maio, Putin enviou suas condolências e disse que o via como um parceiro confiável que deu uma enorme contribuição para a expansão das relações entre os dois países.

Síria

A Síria é o bastião da Rússia no Oriente Médio, e o presidente Bashar al-Assad é um grande aliado de Putin. A Rússia estabeleceu uma presença militar regular no país, e o apoio militar russo foi decisivo para virar o jogo a favor de Assad na guerra civil da Síria.

Assad já disse que a guerra na Ucrânia é uma “correção na história e a restauração do equilíbrio que foi perdido no mundo após a dissolução da União Soviética”.

A Síria, assim como Belarus e Coreia do Norte, votou contra as resoluções da ONU para que a Rússia interrompesse a invasão.

Vietnã

O Vietnã e seu governo comunista são os mais recentes a estreitarem os laços com a Rússia. O país assinou um acordo de defesa estratégica com a Rússia durante a viagem de Putin pela Ásia, na qual ele tentou ampliar o alcance internacional da Rússia e discutiu comércio, defesa e a guerra na Ucrânia.

O Vietnã se esquivou de condenar a agressão russa na Ucrânia. Durante a visita, o presidente To Lam parabenizou Putin por sua reeleição em março e o elogiou por ter alcançado “estabilidade política interna”.

Putin disse que o fortalecimento de uma parceria estratégica com o Vietnã era uma das prioridades da Rússia.

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