O quebra-gelos nuclear de nova geraçãot erá seu batimento de quilha efetuado no outono do próximo ano (nota ADN: outono na Europa) na doca dos estaleiros navais Baltiyski Zavod – Sudostroienie em São Petersburgo. Essa declaração foi divulgada no fórum internacional “Ártico: o Presente e o Futuro” que decorre na capital do norte da Rússia.
A frota de novos quebra-gelos nucleares será composta de três navios. Um deles, o primeiro, poderá navegar tanto nas águas marítimas profundas da Rota Marítima do Norte, como na foz dos grandes rios siberianos de pouca profundidade. Segundo informou o vice-diretor geral da Atomflot Konstantin Kniazevski, essas capacidades serão conseguidas graças à sua conceção inovadora:
“Neste momento nós temos dois desses quebra-gelos em operação. Nós chamamos aos navios com pouco calado de quebra-gelos rasos . Se trata do Taymyr e do Vaygach . Os navios que trabalham na Rota Marítima do Norte, em alto mar, são os quebra-gelos de dois reatores da série Arktika, que têm calado até aos 11 metros. A universalidade desse navio permitir-lhe-á trabalhar tanto em águas pouco profundas como nas de grande profundidade. Ele poderá variar o seu calado em grande medida devido ao uso de lastro líquido.”
Além disso, o quebra-gelo será equipado com o novo reator nuclear RITM-200, concebido pelo gabinete de projetos Afrikantov. Ele incorpora as tecnologias mais avançadas que aumentam consideravelmente a segurança na utilização da energia atômica, diz o cientista nuclear Igor Ostretsov:
"O gabinete Afrikantov é um dos gabinetes de projetos mais qualificados da Rosatom na conceção de reatores nucleares, especialmente como unidades propulsoras. A Rússia detém o monopólio nessa área e essa tendência deve ser mantida e desenvolvida. Os reatores estão a ser aperfeiçoados e novas tecnologias estão a ser aplicadas. Não existem quaisquer dúvidas de que uma unidade desse tipo terá, neste quebra-gelo, melhores parâmetros de segurança do que as anteriormente utilizadas.”
O objetivo principal do quebra-gelos é a escolta de navios de grande porte pela Rota Marítima do Norte . Além disso, o navio se destina a participar em operações de salvamento na bacia do Ártico e prestar apoio às instalações petrolíferas. No entanto, na opinião do professor Igor Ostretsov, existe uma outra tarefa importante – a investigação científica:
“A investigação da plataforma continental do Oceano Glacial Ártico é a primeira prioridade. Um dos seus objetivos principais é a demonstração da superioridade da Rússia no Ártico. Demonstrar que a Rússia tem prioridade no Oceano Glacial Ártico é uma tarefa científica e prática.”
Neste momento, está em curso a discussão sobre o nome a atribuir ao novo gigante. Muitos consideram que ele deve ser chamado de Arktika, em honra de seu famoso antecessor, o primeiro navio de superfície do mundo a atingir o Polo Norte da Terra.