Numa escalada de sua intervenção militar na Síria, as Forças Armadas russas lançaram nesta quarta-feira (07/08) mais de 26 mísseis a partir de navios de guerra no Mar Cáspio e passaram a apoiar, com bombardeios aéreos, movimentações em solo das tropas do regime de Bashar al-Assad.
É o primeiro ataque coordenado entre Moscou e Damasco. E é a primeira vez que mísseis de cruzeiro são usados pela Rússia no conflito. Eles viajaram mais de 1,5 mil quilômetros, sobre território iraquiano e iraniano, e atingiram 11 alvos na Síria.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres, os bombardeios atingiram partes ao norte da província de Hama e áreas próximas na província de Idlib, tendo como alvo localidades perto da principal rodovia norte-sul que atravessa grandes cidades no oeste da Síria.
É no oeste da Síria que grupos rebeldes moderados foram responsáveis por impor sérios reveses às forças de Assad, ocupando a cidade de Idlib e, mais tarde, a província homônima – numa clara ameaça às áreas costeiras, tidas como reduto do ditador.
De acordo com Rami Abdulrahman, chefe do Observatório, ataques terrestres com mísseis pesados ??terra-terra alvejaram pelo menos quatro posições de insurgentes na área e houve confrontos pesados ??em solo. Ele não detalhou, porém, que grupos foram atingidos.
A Rússia iniciou ataques aéreos na Síria há uma semana, dizendo ter como alvo os militantes do grupo extremista "Estado Islâmico". A ofensiva, porém, é vista como uma tentativa de assegurar a sobrevivência de Assad, maior aliado russo no Oriente Médio.
Uma fonte regional, a par da situação militar na Síria, disse que as forças sírias, que incluem combatentes do Hisbolá, estavam participando do ataque terrestre contra quatro áreas controladas pelos rebeldes. Não há sinal, no entanto, de envolvimento russo em atuações em solo.
As ações desta quarta-feira mostram uma mobilização rara entre os aliados xiitas do Oriente Médio, com o Hisbolá atuando em solo junto aos soldados de Assad e o Irã permitindo o trânsito de mísseis sobre seu território.
Em pronunciamento na TV estatal, o presidente russo, Vladimir Putin, confirmou que a Força Aérea está apoiando as tropas sírias em sua ofensiva terrestre na província central de Hama. Ele disse ser cedo para falar sobre resultados das operações militares e ordenou seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, a continuar a cooperar com EUA, Turquia, Arábia Saudita, Irã e Iraque.
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