O governo da Rússia anunciou no final da manhã desta segunda-feira que estuda a proposta da Liga Árabe sobre o envio de uma força de paz à Síria. O ministro russo das Relações Exteriores, Sergueï Lavrov, julga que um cessar-fogo é necessário antes de qualquer envio de soldados ao país.
Em uma coletiva de imprensa, o chefe da diplomacia russo reforçou a necessidade da intervenção da comunidade internacional contra o regime do presidente Bashar al-Assad, mas reforçou que ainda aguarda algumas definições dos "amigos árabes". “Resumidamente, é necessário qualquer coisa que implique em um cessar-fogo”, afirmou Lavrov.
O ministro italiano das Relações Exteriores, Giulio Terzi, também divulgou um comunicado nesta manhã manifestando a urgência de colocar fim à violência na Síria. Terzi anunciou que o governo italiano busca, em companhia da Liga Árabe, uma solução pacífica e democrática à crise através de um envio de forças de paz ao país.
O anúncio dos dois países acontece após a decisão divulgada ontem pela da Liga Árabe, com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), sobre o envio uma missão de paz na Síria. A Liga comunicou o fim das relações diplomáticas com Damasco e a oposição explícita e armada contra o regime de Bashar al-Assad. A organização afirma que pretende ajudar as forças de oposição ao regime sírio através de “ajuda política e material”.
No último sábado, o chefe da organização terrorista Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, declarou apoiar o movimento de oposição síria em um vídeo documentado pelo centro americano de vigilância de sites islâmicos (SITE, sigla em inglês). Em um discurso de oito minutos, o líder acusa o regime de Bashar al-Assad de anti-islamista e de cometer crimes contra seu próprio povo. Al-Zawahiri também encoraja os sírios a lutar e estabelecer um estado que defenda os muçulmanos: “dependam somente de Alá, de seus sacrifícios, sua resistência e unidade”.
Homs volta a ser bombardeada
As forças do regime voltaram a bombardear na manhã desta segunda-feira a cidade de Homs. Segundo opositores, os tanques do Exército bombardeiam duas grandes artérias de bairros sunitas, nas zonas sul e oeste da cidade, próximo à Academia Militar. Ontem, pelo menos 30 pessoas morreram nos bombardeios à cidade.
Depois do início da ofensiva contra Homs, que é considerada “a capital da revolução”, mais de 500 pessoas foram mortas, segundo os militantes que consideram a situação no país como “uma grave crise humanitária”.